qui, 12 junho 2025

Na quadra e no papel: Zona Norte do Rio vira palco de criação audiovisual com o projeto “Dos Filmes que Ainda Não Fizemos”

Publicidade

Em abril, a quadra do Império Serrano, no coração de Madureira, virou mais que ponto de encontro do samba. Por duas semanas, o espaço se transformou num centro pulsante de criação e troca de saberes com a chegada do projeto Dos Filmes que Ainda Não Fizemos: Rio, Zona Norte. Idealizado por Rober Corrêa, o projeto percorreu diversas cidades do país e, pela primeira vez, aterrissou no Rio, com oficinas gratuitas de roteiro cinematográfico e diagramação de livro voltadas para moradores da Zona Norte.

É o tipo de iniciativa que vai além da oficina: é sobre ocupar com propósito, sobre escutar o território. A proposta aqui não é só ensinar roteiro — é reconhecer que a escrita audiovisual também nasce da vivência, da oralidade e da memória coletiva. O resultado disso tudo será um livro de roteiros inéditos, com lançamento previsto para o próximo dia 16 de junho, em formato digital e físico. Mas mais do que um produto final, o que se construiu ali foi um gesto de afirmação criativa e política: histórias que talvez nunca fossem contadas, agora ganham corpo.

“Mais que textos, são documentos afetivos da Zona Norte hoje”, define Rober Corrêa. E é isso mesmo. Os roteiros surgem como retratos da vida em movimento, espelhando um Rio que, quase sempre, é ignorado pelas grandes narrativas audiovisuais. A ação foi realizada com apoio da Lei Paulo Gustavo, RioFilme, Descompasso Produções e, claro, em parceria com o próprio G.R.E.S Império Serrano — símbolo histórico de resistência cultural no subúrbio carioca.

Publicidade

Além das oficinas de roteiro, os participantes também tiveram aulas práticas de diagramação, comandadas por Helena Lessa, que apostou no incentivo à autonomia criativa como fio condutor. “Descobrimos, na prática, que é possível pensar e produzir nossas próprias publicações, com liberdade e atenção aos detalhes”, conta a professora.

Os relatos dos alunos mostram o impacto real do projeto. Vivian, publicitária e moradora de Madureira, celebrou a iniciativa como um momento de reconexão com a cultura local. Já Gabriele Nascimento, estudante de Biologia, começou querendo entender a estrutura do roteiro para fins pedagógicos e terminou explorando a ficção como ferramenta de divulgação científica. Outros participantes, como o professor Luiz Claudio Motta Lima (cineclube Subúrbio em Transe) e a artista visual Isabelle Trigo, destacaram como a oficina rompeu barreiras criativas e técnicas, tornando o audiovisual mais acessível.

Dos Filmes que Ainda Não Fizemos é, antes de tudo, um lembrete: existem muitas histórias esperando para serem escritas. E às vezes, tudo que elas precisam é de espaço, escuta e um empurrão afetuoso.

Publicidade

O livro será lançado em 16 de junho.

Publicidade

Publicidade

Destaque

Abraham’s Boys: A Dracula Story | Filme derivado ganha trailer repleto de tensão; Confira!

Abraham's Boys: A Dracula Story ganhou seu primeiro teaser oficial....

Crítica | June e John (2025)

June e John, conta a história de um homem...

Crítica | A Vida Em Um Ano (Life in a Year)

Um jovem de 17 anos descobre que sua namorada...

Crítica | Predador: Assassino de Assassinos

Parece que fica mais evidente um carinho e qualidade...

Crítica | O Grande Golpe do Leste

Passando por alguns festivais alemães como o 41° Festival...
Caique Henry
Caique Henryhttp://estacaonerd.com
Entre viagens pelas galáxias com um mochileiro, aventuras nas vilas da Terra Média e meditações em busca da Força, encontrei minha verdadeira paixão: a arte. Sou um apaixonado por escrever, sempre pronto para compartilhar minhas opiniões sobre filmes e músicas. Minha devoção? O cinema de gênero e o rock/heavy metal, onde me perco e me reencontro a cada nova obra. Aqui, busco ir além da análise, celebrando o impacto que essas expressões têm na nossa percepção e nas nossas emoções. E-mail para contato: [email protected]