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Nova geração de consoles – Análise aprofundada

Uma análise aprofundada do mercado de games até os dias de hoje nos ajuda a prever o que está por vir na nova geração de consoles.

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A nova geração já tem data marcada! No ano que vem veremos os primeiros console sendo lançados, concluindo um ciclo de cerca de 8 anos do PS4 e Xbox One.

Essa foi uma geração peculiar e longa, embora não pareça. Pela primeira vez na história, vimos consoles de mesma geração, com capacidades diferentes, sendo capazes de rodar os mesmos jogos, porém, com algumas diferenças de performance e qualidade gráfica.

Foi também nessa geração que os consoles passaram a se integrar completamente com a internet desde o lançamento, tendo seus sistemas online mais robustos e com a PSN e Xbox Live mais evoluídas.

Especialmente no Brasil, foi durante esse tempo que a qualidade da nossa conexão de internet passou a melhorar, tornando mais acessível planos de maior velocidade, o que favorece muito nas partidas online, downloads e interação entre os jogadores.

Com as melhorias nas conexões de internet, a maioria dos jogos se viu obrigada a oferecer conteúdo online. Muitas franquias, mesmo em títulos como The Last Of Us e Uncharted, onde claramente o foco principal está na campanha, acabaram tendo de apresentar algum conteúdo online para não serem vistos como jogos antiquados.

Em determinado ponto, ouve uma divisão de pensamento entre as duas principais concorrentes, Sony e Microsoft. A primeira, optou por não se abrir demais, focando seus esforços em jogos exclusivos, mantendo seu público fiel à marca Playstation. Já a Microsoft, fez o oposto. Hoje em dia, vemos que a empresa não se esforça tanto em ter jogos exclusivos quanto antigamente.

Tem quem ache que a Microsoft, por atualmente ter um console superior, no caso do Xbox One X, ela quer que o mesmo jogo seja lançado no máximo de plataformas possível, para que quando comparado ao 4k real e HDR do seu console top de linha, as pessoas passem a se interessar por aquele que apresente o visual mais bonito.

O próprio Phil Spencer, CEO da marca Xbox da Microsoft, disse mais de uma vez que o mais importante é oferecer a melhor experiência possível na hora de jogar. Nesse ponto, mesmo os sonystas mais fanáticos, tem de admitir que o Xbox One X apresenta um resultado superior de performance quando comparado com um mesmo jogo no Playstation 4 Pro (nas TVs certas).

Na nossa realidade, aqui no Brasil, já que é muito caro ainda ter uma televisão 4k com o melhor HDR e som disponível, essa diferença não chega sequer a fazer sentido. Mas mesmo para quem tem acesso aos equipamentos top de linha, ainda assim, a diferença de qualidade visual do Xbox One X para o PS4 Pro é tão pequena que não gera impacto suficiente para chamar muito a atenção.

Na geração atual, vimos a crise dos portáteis, com os celulares mais potentes e rodando jogos cada vez melhores. Isso foi apontado como o principal motivo do fim abrupto do PS VIta e se analisarmos de um ponto de vista estritamente racional, em teoria, o Nintendo Switch era para ter sido um fracasso.

Mas acontece que não somos seres totalmente racionais, e ao se tratar de entretenimento, ser racional demais tira toda a diversão. Somos nesse caso, muito mais emocionais do que racionais e essa é a força principal que move a indústria dos games.

Quando uma pessoa prefere jogar um clássico em uma TV velha usando um Super Nintendo do que usar um emulador, não há muita racionalidade nisso.

Nesse caso o que pesa mais é a emoção e a nostalgia de se ter uma experiência completa, repetindo todos os estímulos sensoriais que remetem a bons momentos da infância, revivendo na pele um tempo que ficou pra trás e que traz boas lembranças ou instiga a curiosidade dos mais jovens que querem sentir o mesmo que os gamers de antigamente sentiam na hora de jogar.

Quando alguém compra o Nintendo Switch, a principal motivação, na grande maioria dos casos, são as franquias exclusivas como Zelda. Mario, Metroid e Pokémon, que os fãs amam de coração. Mesmo que ele tenha seu diferencial da portabilidade e nos controles com movimento, ainda sim, sem essas franquias, dificilmente teria vendido tanto.

Este é vínculo emocional é extremamente difícil de se conquistar e mais ainda de manter, mas a Nintendo faz isso como nenhuma outra empresa de games.

Este é o principal motivo de tanta gente amar o Mario até hoje enquanto outras empresas, como a SEGA, ficam tentando a todo custo e sem sucesso, recuperar o brilho que o Sonic já teve no passado.

Com relação ao avanço dos gráficos e do tempo de loading dos consoles da próxima geração, com certeza veremos uma melhora significativa nesse sentido, porém, será que isso é motivo suficiente para que os gamers decidam abandonar os consoles atuais e gastem seu suado dinheirinho com um novo console?

Ao longo das gerações, as diferenças gráficas vão se tornando cada vez menos importantes. A Nintendo foi a primeira a perceber isso e o sucesso do Switch é uma prova de que ela não estava errada.

O Playstation 3 e Xbox One 360, no final da sua geração, já apresentavam um visual muito bom, que para muita gente é suficiente até hoje, tanto que tem quem ainda jogue nesses consoles e até quem pode acabar pulando uma geração inteira sem perceber, mas é claro que isso só se aplica a jogadores casuais.

E por falar em jogadores casuais, foi nessa geração que o público gamer mais cresceu e isso se deve muito aos jogadores casuais, que até então não ligavam para videogame, mas que a partir do PS4 e Xbox One, começaram a se interessar, fazendo com que o mercado de consoles, que já era grande, ficasse ainda maior.

Quem é velho de guerra como eu e acompanha as notícias de games há muito tempo, com certeza deve se lembrar que quando lançaram o PS4 e Xbox One, diziam que essa seria a última geração de consoles, já que com gráficos tão realistas e com os dispositivos mobile cada vez melhores, não faria sentido mais lançarem um novo videogame.

E para nossa alegria, essas previsões estavam completamente enganadas e já temos até a confirmação de uma nova geração de consoles chegando em 2020.

E como toda chegada de uma nova geração (e eu posso dizer com experiência, pois vivi todas elas), em alguns casos vemos avanços e em outros uma postura mais conservadora, já que as empresas não vão arriscar perder o que conquistaram até aqui.

O PS3 e Xbox 360 trouxeram respectivamente os controles com sensor de movimento e o revolucionário Kinect, que fez sucesso por um tempo, mas acabou sendo deixado de lado. Isso comprovou que os gamers querem mesmo é ficar sentados, com o controle nas mãos, jogando da maneira tradicional, algo que se mantém desde o Atari, mesmo que os controles tenham evoluído muito.

Essas novidades são muito bem vindas, a Nintendo é mestra nisso. Ela foi a primeira a revolucionar essa fórmula básica: sofá+controle+jogo bom=diversão. Com o Wii ela fez os gamers se mexerem e este foi um dos principais motivos do sucesso do console que serviu como inspiração para a criação do Kinect, copiado pela SONY na cara dura com o PS Move.

Essas novidades são muito bem vindas, tomara que surjam muitas na nova geração, mas o tempo já provou que os gamers se cansam rápido delas. A mais recente foi o Playstation VR, um acessório incrível que aumenta a imersão e não foge daquela fófmula que eu acabei de mostrar.

E se for para eu apostar em novas tecnologias que sejam realmente significativas e talvez até indispensável em alguns jogos, eu apostaria na Realidade Virtual e Realidade Aumentada (hora do jabá da minha empresa virtualsense.com.br, eu literalmente estou apostando nisso já faz um tempo).

Quem tem um Playstation VR, HTC Vive ou Rift, sabe que a experiência é incrível, mas aquele monte de cabos e até o peso do acessório incomodam bastante, isso sem falar nas dores de cabeça, tonturas e náuseas que algumas pessoas sentem.

O principal motivo da existência do Playstation 4 Pro, não foi trazer gráficos melhores e sim, ter um hardware capaz de rodar jogos no PS VR com melhor qualidade, já que nele é necessário um poder de processamento muito maior do que numa tela comum.

Existem jogos incríveis que só podem ser experimentados por completo no Playstation VR. Quem jogou Resident Evil VII e o mais recente Ace Combat 7, sabe que não dá nem pra comparar. Jogar em uma tela comum é como se fosse outro jogo completamente diferente.

Se os óculos de realidade virtual se tornarem mais práticos e confortáveis, a tecnologia com certeza vai se destacar na próxima geração e isso sim, eu acredito que pode ser um bom motivo para se ter um novo console.

O outro motivo de mudar de console, será a velha estratégia, seguida a risca pela Nintendo e de maneira menos incisiva, também pelas outras empresas, que são os jogos exclusivos.

A chegada de um novo The Last of Us, God Of War, Horizon Zero Dawn, Halo, etc. vai tocar direto no coração de muitos gamers que não vão conseguir se segurar por muito tempo.

Um diferencial que iremos ver nessa nova geração, e isso é algo recentemente confirmado pelo próprio executivo chefe da linha Playstation, Kenichiro Yoshida, é um movimento contrário ao que vimos na atual geração.

Se por um lado vimos nessa geração um monte de jogos indies e casuais chegando aos consoles, pelo menos no Playstation 5 (nome não oficial), o público alvo será os jogadores Hardcore e pouca atenção será dada aos casuais.

Em uma tradução livre do que foi dito por Yoshida: “Detalhes na produção de jogos se tornaram mais importante do que nunca, a empresa está comprometida em oferecer a máxima capacidade de imersão”.

Ou seja, a SONY entendeu que quem é casual, vai jogar nos dispositivos mobile e o foco do PS5 serão os jogadores hadcore e os jogos AAA. Podemos esperar produções gigantescas e impecáveis, porém é muito provável que teremos uma quantidade muito menor de títulos do que na atual geração.

Yoshida também disse que precisam de algo que dê sentido a uma nova geração. Parece óbvia essa frase, só que isso é algo mais importante do que nunca, já que a maioria esmagadora dos gamers atualmente estão se sentindo muito confortáveis com a geração atual e não está nem um pouco ansiosa por comprar um console novo.

Quem acompanhou a última Tokyo Game Show, o maior evento de games do mercado japonês, percebeu a ausência de áreas com exibição de jogos independentes. Isso também é mais um forte indício de que a próxima geração vai focar em qualidade e não em quantidade.

Enquanto a Sony já deixou bem clara a sua estrategia para a próxima geração de consoles, por outro lado, apesar de não haver ainda um pronunciamento do Phil Spencer que deixe claro o que exatamente vão fazer com o novo Xbox, já podemos tirar algumas conclusões baseadas no comportamento padrão da Microsoft ao longo dos anos.

O primeiro deles é que, a Microsoft não consegue seguir com nomes e números de forma organizada. Nem com os consoles, que até agora foram Xbox, Xbox 360, Xbox One e talvez Xbox Scarlett no próximo e nem no Windows que já foi 3.1, 95, 98, 2000, Me, Xp, Vista, 7, 8, 8.1 e 10 eles conseguem seguir uma lógica.

A outra coisa que percebemos é o fato de que a Xbox talvez esteja mais preocupada em concorrer com o Google Stadia do que com o próprio PS5. De uns tempos pra cá, vemos muito mais propagandas dos seus serviços de assinatura do que dos seus jogos exclusivos.

Essa será uma outra mudança gigantesca, talvez a maior delas nos últimos tempos desde a chegada da PS Store e Xbox Live. Talvez a maneira como consumimos jogos hoje em dia mude completamente nas próximas gerações. Eu pessoalmente acredito que a maior parte dos games será consumido através de serviços de assinatura e apenas aqueles poucos jogos que gostamos de verdade é que iremos comprar em mídia física ou mesmo em mídia digital.

https://www.youtube.com/watch?v=HikAuH40fHc

A parte triste dessa história é que, se as lojas físicas de games já sofreram bastante com a chegada das mídias digitais, isso pode impactá-las ainda mais e talvez o jeito será vender produtos alternativos, como estatuetas, camisas, POP, entre outros para compensar essa mudança no mercado.

Embora sustentadas por fatos reais, as expectativas apontadas nessa matéria são baseadas em minha opinião pessoal, já que é impossível de analisar o futuro de maneira objetiva. Mesmo eu, que tenho graduação em Jogos Digitais e escrevo em sites e fóruns desde 1998, ainda é impossível prever com certeza qual será o rumo definitivo da próxima geração de consoles, isso, só o tempo irá dizer.

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