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O Vendedor de Sonhos

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o vendedor de sonhos

“Seu grande sonho está à venda?” A orelha do livro já tenta buscar do leitor a resposta para a pergunta: você tem um grande sonho? “O vendedor de Sonhos” publicado pela Editora Planeta do Brasil, com 290 páginas e sua 1° edição foi em 2008, foi escrito por Augusto Cury, que já possuí um histórico de 22 livros no mercado. Um psiquiatra, o qual no prefácio revela sobre seus livros: “Todos eles envolvem teses psicológicas, psiquiátricas… Têm a intenção de provocar o debate, viajar no mundo das ideias e ultrapassar as fronteiras do preconceito.” O livro possui continuação: “O vendedor de sonhos e A revolução dos Anônimos” e “O semeador de ideias”. O filme vai para as telinhas no dia 8 de dezembro desse ano.

A história começa com a tentativa de suicídio de um homem intelectual, cansado da vida, com problemas com o filho e os males do passado de sua família. Então, aparece um homem maltrapilho e consegue o que ninguém conseguiu, tirar esse homem diante do próprio fim e fazê-lo ver como um ser humano em reconstrução. Não é pertencente a nenhuma religião mas tenta entender fielmente o Mestre dos Mestres, vive se questionando e aceita saber que não sabe. O homem intelectual passa a seguir esse homem, que conquista as pessoas após dançar com elas no meio da rua e acredita que vivemos num hospício global, recheado de vícios, males para a psique, um mundo cheio de doenças mentais, depressão, suicídio, dores de cabeça, um sistema que enfarta a imaginação das pessoas e corrói a criatividade. Deixamos de preparar nossas crianças para aproveitar a vida, e estamos criando máquinas para seguir o sistema. O Mestre, como passa a ser chamado, conquista vários seguidores: um bêbado, um ladrão, uma bulímica, uma velhinha que fora professora e sempre se inconformou com o sistema. Consegue seguidores e a atenção de vários em suas palestras, eles vão a enterros, asilos, templos da informática, templos da  moda, debaixo da ponte, tentar vender sonhos. O superego que quase se suicida ganhou uma vírgula vendida por esse senhor, em vez de um ponto final para sua vida. Agora, são borboletas no casulo tentando vender sonhos, mesmo que a saída do casulo seja arriscada e signifique perder status. Todos querem saber a identidade,  mas ninguém sabe a origem desse mestre, que dorme debaixo de pontes e usa roupas rasgadas, mas possuí um conhecimento fora do comum.

O livro é uma ficção, mas atinge bem o efeito de provocar debates. Para alguns pode soar como auto ajuda, mas independente do gênero, o conteúdo é bem elaborado. As frases são muito bem produzidas e dá para imaginar que foi reflexo de muito tempo de pensamento, o que pode gerar uma leitura não tão rápida, mas o objetivo do livro com certeza não é esse. Algumas passagens intrigam bastante, pois são um fiel retrato da nossa realidade. O vendedor de sonhos que facilmente poderia ser tachado como um louco e não ouvido procura “vender coragem para os inseguros, ousadia para os fóbicos, alegria para os que perderam o encanto pela vida, sensatez para os incautos, críticas para os pensadores.” Muitas passagens, as quais eu marquei me chamaram atenção por as pessoas estarem no seu limite e confessarem os seus maiores medos e seus tormentos diários. Talvez, os desconhecidos que passamos todos os dias pelas ruas, só precisem das alfinetadas certas para se abrirem ou um ombro amigo. “Sou um poço de tristeza e solidão. Pode alguém não atraente um dia ser amado?”…” -É possível encontrar um grande amor. Só não esqueça jamais que você poderá ter o melhor parceiro ao seu lado, mas será infeliz se não tiver um romance com a própria vida.” De todos os capítulos, o 23 foi um dos meus preferidos, recomendaria a todos, por se tratar de um assunto comum, mas que a sociedade atualmente vem tentando desconstruir com propagandas. “Toda mulher é bela. A beleza não pode ser padronizada.” Imagine essa frase em cada etiqueta de roupa?

“32 brasileiros mortos por dia por suicídio” segundo o setembroamarelo.org.br. O livro começa abordando o assunto e achei a leitura muito interessante, principalmente nesse mês de setembro com a campanha do “Setembro Amarelo”. “Uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.” O livro é interessante e nos faz repensar o estilo de vida que temos e para onde estamos caminhando. ” Sou apenas um caminhante, que perdeu o medo de se perder…”

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