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Obras seminais se perpetuam por meio de continuações e inspirações

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Dentro da nossa cultura – não só no Brasil, mas também no resto do mundo – existem obras que desde o princípio dão sinais de que não vão “largar” o pensamento coletivo tão cedo. A popularidade dessas obras é em grande parte das vezes alcançada graças à sua acessibilidade e também à qualidade da trama que elas trazem por meio das páginas de um livro ou dos quadros de um filme.

Essas obras seminais, que muitas vezes acabam virando um marco, eram quase exclusivamente livros em tempos mais antigos. São trabalhos importantes e que se mantêm nas listas de livros obrigatórios para leitura tanto em ambientes de ensino quanto no dia a dia de qualquer pessoa, desde as peças de teatro grego transcritas em formato literário até as aventuras de detetives como Sherlock Holmes e Hercule Poirot.

Mas, com a introdução do audiovisual no contexto midiático a partir da criação das câmeras de cinema, criou-se mais um canal por meio do qual tais obras seminais poderiam vir à tona. Algumas delas acabam sendo obras inspiradas em livros, caso de O Poderoso Chefão, Forrest Gump e O Mágico de Oz. No entanto, existem também aqueles trabalhos originais que saem direto da mente de um criativo roteirista, que em seus rascunhos acaba desenvolvendo uma obra que se perpetuará, culturalmente dizendo.

Filmes imperdíveis para qualquer grande fã de cinema, como Cidadão Kane, Chinatown e Fargo, encontram-se neste espectro de películas produzidas a partir de roteiros originais. Entretanto, também estão incluídos nesta lista alguns filmes bem mais “pipoca” (e muito mais bem-sucedidos nas bilheterias), como Star Wars e Indiana Jones.

Em degraus variados, tais obras permeiam a cultura popular através de diferentes maneiras de se reproduzir. Em alguns casos, elas geram franquias quase intermináveis, com fãs ávidos por ver mais e mais episódios da trama em questão. Em outros, elas geram inspirações dentro do próprio gênero e também em outros formatos de mídia – de maneiras muito criativas, diga-se de passagem.

Não veremos Star Wars, por exemplo, saindo do contexto midiático tão cedo. Desde o filme original, lançado em 1977 a partir do roteiro e da direção de George Lucas, a franquia já gerou 10 bilhões de dólares somente em bilheteria. E, graças ao lançamento das trilogias mais novas no fim da década de 1990 e também na última década, mais gerações reservam um lugar especial em seus corações para a franquia.

Mesmo com o nono episódio da saga Skywalker não obtendo uma recepção tão calorosa tanto por parte dos críticos quanto do público – por conta de decisões de roteiro e de direção bem questionáveis –, a fama de Star Wars não diminuirá. Os planos de lançar mais uma trilogia já a partir de 2023 continuam de pé, além dos planos de lançar novos filmes (e séries) independentes contando as histórias de personagens amados pelos fãs.

Em teoria, o influxo sem fim de obras relacionadas a Star Wars já teria gerado um ponto de saturação entre o público. Mas os fãs da série se destacam por sua lealdade à saga e também pelo seu poder aquisitivo. Mesmo que Star Wars eventualmente perca sua habilidade de angariar novos fãs a cada ano que passa por qualquer motivo que seja, o fluxo monetário gerado pela franquia não diminuirá de forma drástica tão cedo.

Num outro espectro, encontra-se Indiana Jones. Uma outra saga vinda da mente de George Lucas, que queria fazer uma homenagem aos filmes de exploradores de criptas da década de 1930 – tópico que fez parte da sua formação como cineasta. Os quatro filmes da franquia não foram um sucesso de bilheteria tão grande quanto o de Star Wars, arrecadando 1,9 bilhão de dólares. Mas a saga, que em breve ganhará uma quinta edição mais uma vez estrelada por Harrison Ford, ainda permeia a mente de criadores de mídias que claramente se inspiraram na trama do explorador.

Vê-se tal inspiração no videogame Uncharted, um jogo desenvolvido pela companhia Naughty Dog e que, baseado no último lançamento da franquia, se tornará um filme. O mais interessante é que Uncharted, que, como mencionado, sofreu influência de Indiana Jones, foi fonte clara de inspiração para outros produtos, sendo um deles Rich Wilde and the Book of Dead. O jogo de caça-níquel pode ser encontrado, por exemplo, no Unique Casino, considerado uma das melhores plataformas de cassino online para brasileiros de acordo com o portal Casinos.pt. Neste jogo, o herói Rich vive aventuras em sua busca pelo Livro dos Mortos nas tumbas do Egito Antigo. O tema de exploração em terras desconhecidas motivou também a criação de outra saga de videogames de grande sucesso, Tomb Raider, que conta as aventuras da heroína Lara Croft enquanto ela vai atrás de várias relíquias espalhadas pelo planeta. Spelunky, jogo de plataforma desenvolvido e publicado pela Mossmouth, mostra um explorador cuja missão é resgatar o maior número possível de tesouros sem cair em armadilhas ou nas garras de vários inimigos em seu percurso, sendo outro jogo que pode ser mencionado nesse sentido.

Star Wars e Indiana Jones são exemplos gigantescos dentro do contexto midiático e, só por conta do orçamento de suas obras, conseguem influenciar vários outros trabalhos que vieram (e virão) após seu lançamento. No entanto, isso não significa que obras seminais precisam ser épicas e sempre constituir fenômenos mundiais. Em cenas locais, as obras seminais se mostram em vários âmbitos. São os poemas de literatura de cordel que permeiam o Nordeste e que geram até hoje adaptações de teatro popular em várias cidades da região. São as músicas de rap paulista e carioca que acabam se tornando as vozes das comunidades mais carentes das grandes cidades brasileiras, que assim expõem seus dilemas e suas glórias.

Dessa forma, o fluxo cultural mantém-se em movimento não só por meio de blockbusters, mas também pelo “trabalho de formiga” dos pequenos artistas que desejam encontrar um lugar ao sol por meio de plataformas físicas e virtuais. A partir de suas próprias experiências, eles produzem e emitem expressões culturais que vez ou outra rompem a barreira da localidade, chegando a outros cantos do país ou do planeta.

Com as ferramentas que temos a nosso dispor hoje em dia, essa comunicação cultural tornou-se ainda mais fácil e também mais intensa, caminho que não tem mais volta. Sorte a nossa.

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