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Início Entrevistas Paciente 63 | Confira nosso bate-papo com Mel Lisboa e Seu Jorge

Paciente 63 | Confira nosso bate-papo com Mel Lisboa e Seu Jorge

Credito: Bruno Poletti / Spotify
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No dia 08 estreia a segunda temporada de Paciente 63, a áudiossérie Original Spotify de ficção científica, com Mel Lisboa e Seu Jorge no elenco. A produção apresenta Mel Lisboa como Dr. Elisa e Seu Jorge como Pedro, denominado também de Paciente 63, em uma audiossérie, a primeira realizada originalmente pelo Spotify, que gira em torno de ponto central: um viajante no tempo e sua missão de salvar o planeta de uma pandemia que dizimará a população global. Não é mera coincidência. Devido ao sucesso da primeira temporada, os personagens voltarão para novos episódios envolvendo novamente o alerta e o resgate do destino do povo terrestre.

Nós do Estação Nerd (EN) fomos convidado pelo Spotify para participar da entrevista coletiva. Confira:

Credito: Bruno Poletti / Spotify

Primeiro, Seu Jorge declara que ficou impactado quando recebeu o roteiro, já que a história condiz tanto com a contemporaneidade. Diz ainda que a segunda temporada, será mais impactante por conta de seus desdobramentos, fazendo refletir sobre a realidade atual.

Uma dificuldade imposta pela pandemia – ou seus resquícios – era gravar a produção seguindo os protocolos.

Entramos no estúdio, cada um em sua sala, não pudemos contracenar juntos, fazer algum trabalho também de mesa durante o processo, com a direção; que já é diferente nessa segunda temporada.”

Nesta nova etapa, Seu Jorge descreve a necessidade de um condicionamento físico e uma preparação, visto precisar obter disposição para um dia inteiro de gravação, na qual refaziam inúmeras vezes as tomadas, os takes e todo processo da captação. Ainda salienta a questão de ninguém estar livre de contrair o vírus da COVID-19, independente de quem já o pegou ou não, e estando com ou sem vacina. Porém, exibe a gratidão por estar em um projeto tão “aderente ao momento” e que agregou uma significativa boa recepção do público e da crítica.

Já no ponto de vista de Mel, nada que Pedro profere é um absurdo. A atriz evidencia o quão impactante é a série, dado o reconhecimento imediato com a realidade vivida hoje. Mel ainda questiona como sairemos deste momento – e se sairemos – e conta sobre seu sentimento em representar algo tão atual. “Então todas essas questões, são muito impactantes para a gente que está fazendo, tratar de assuntos que são muito caros para a gente agora, porque a gente está nele, como se fosse uma prospecção do que pode se tornar. E pode se tornar.”

Em sua opinião, tudo que Pedro antecipa é capaz, de fato, de acontecer. Um futuro distópico, segunda ela, está acontecendo nestes tempos e pode rumar ao que a audiossérie prega.

Perguntada sobre algo tão concreto quanto a situação pandêmica, a cultura do cancelamento, a intérprete de Elisa pensa que os indivíduos “compraram” este jeito de se comportar, sem refletir acerca do que se pode resultar, ser prejudicial e de que maneira se expressar é a liberdade individual. Defende ainda um ponto de vista em que é preciso um embasamento para não se tornar leviano, citando o “Paciente 63”. Logo, a audiossérie permanece com um fundamento de que “a gente está caminhando para isso se a gente não tomar os devidos cuidados”, segundo Mel referindo-se ao futuro caótico da série.

Sobre a produção destacar-se em um ramo quase pioneiro em solo tupiniquim – e ser um marco único para o Spotify Brasil – Mel e Seu Jorge foram indagados a respeito de seus pensamentos envolvendo os novos adeptos e ouvintes referentes a podcasts do gênero de ficção.

Para Seu Jorge, houve uma grande quantidade de compartilhamentos; a trama pertinente ao estado vigente chamou atenção.  Além disso, “é uma grande alegria, e uma grande surpresa, não só ver o sucesso do gênero, mas a possibilidade do gênero trazer mais atores, trazer mais histórias, trazer mais conteúdos que façam pensar na realidade.”.

Ao mesmo tempo, Seu Jorge ressalta a experiência sensorial que é ouvir uma audiossérie, incluindo a trilha sonora, os sound effects, e os personagens que não são vistos, mas atuam dentro da imaginação do próprio ouvinte. Mérito também da direção.

Mel conclui que o podcast é um mercado “que a gente pode fazer qualquer coisa, qualquer história pode ser contada”. Ademais, a atriz complementa que o ser humano é o único animal que se vê e se expressa, por isso contar histórias é tão fascinante, ainda mais se descobertos outros meios de se constituir uma narrativa, tal qual a audiossérie. E, por essa razão, a artista convive diariamente, conforme seu relato, com comentários de ouvintes que nunca tiveram conhecimento de formatos semelhantes a “Paciente 63”.

Perguntados sobre outras obras de ficção científica, desta vez, cinematográficas, Seu Jorge relaciona seu gosto com a pós-produção dos filmes, mencionando os softwares usados e os efeitos especiais, e ainda cita que “o universo geek” cresceu e descobriram nele um potencial econômico significativo. Também diz, como curiosidade, que é fã dos gibis da Marvel, tendo lido quase todos, acreditando que o gênero irá crescer junto com o avanço dos métodos tecnológicos.

Outra previsão abrange o estilo de vida que tínhamos antes do estopim da pandemia. De acordo com o ator, as lives sustentaram o convívio social a distância por uma boa duração, porém a necessidade de sair para um “pagode, show, dar uma sambada”, como o mesmo exemplifica, era maior. Entretanto, diz ele, uma criança que já nasceu no “novo normal”, utilizando máscaras, álcool em gel, respeitando o distanciamento etc.,em 20 anos, talvez não vá querer se aglomerar, priorizando a tecnologia e a individualidade.

Comenta também da possível extinção do carnaval do Rio e da festa em Copacabana, além da probabilidade de vacinarmos repetidas vezes. “Para 45 no ano é um pulinho”, referindo-se ao que Pedro disse que aconteceria em 2062. “Eu fico esperto com relação não só a questão do dito novo normal, mas a sua transformação de comportamento, de convívio, de entendimento de convivência também”, desabafa ele.

Respondendo à pergunta do Estação Nerd que rondava o assunto de, na segunda temporada, ainda haver o questionamento e a dúvida de quem é quem, Mel acredita que a primeira temporada serviu de convencimento do ouvinte; a apresentação dos personagens e dos conflitos estabelece uma curiosidade até o final, que ainda mexe com um futuro que, em 2021 (ano do lançamento), era muito próximo, e que na segunda temporada, iniciando-se em 2012, segue sendo um futuro. “Além de se aprofundar nessas questões, a segunda temporada ainda traz outras informações, traz outras pontas que estavam soltas e que a gente nem tinha percebido”. Posteriormente, revela que “tem pano para manga”, instigando uma futura terceira temporada.

Respondendo a outra pergunta do Estação Nerd – a psiquiatria e a saúde mental, assim como na primeira temporada, seriam tópicos na segunda? – Seu Jorge, desta vez, aponta as críticas à psiquiatria nos antigos episódios, repudiando práticas como o eletrochoque, dizendo “Lá na frente, já foi provado que não serve para nada.” A forma com que Pedro foi tratado no hospital era igualmente hostilizada, e Seu Jorge relembra a passagem em que perguntaram se Deus existe e o detector de mentiras “para na hora”.

Chegando ao término da entrevista, Mel explana que não gravou com Seu Jorge presencialmente não por culpa da pandemia, e sim das agendas com compromissos que os impossibilitaram de realizar o encontro. “Tudo foi feito separadamente e é uma viagem pensar nisso”.

Agora, no fim do encontro, Mel e Seu Jorge citam filmes de ficção científica que o marcaram, dado a visível paixão do personagem Pedro por cinema.

Para Seu Jorge: “Em de futuro e passado, futuro e passado, futuro e passado, 2001: Uma Odisseia no Espaço, do Kubrick, que ele faz isso o tempo todo, né?”.

Para Mel Lisboa: “La Strada, Crepúsculo dos Deuses, Laranja Mecânica… tem vários filmes que eu poderia colocar assim que eu não tenho como tirar da imagem na minha cabeça”.

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