Prévia | Narcos Temporada 2

Os episódios de 2015 mostraram a ascensão do barão da droga, num período entre o final da década de 70 e 1992. Para alguns foi a oportunidade de ficarem com uma ideia geral do que se passava no universo do tráfico naquela época na Colômbia mas mesmo os que já conheciam a história, perceberam que foi ainda mais insólita do que imaginavam.

É óbvio que “Narcos” tem muita ficção, e o aviso é feito no início de cada capítulo, mas tudo isso foi acrescentado com mestria pela equipa de roteiristas liderada por Carlo Bernard, Chris Bancado e Doug Miro e não ofusca nem compromete os elementos históricos, que estão lá e são apoiados por imagens reais, muitas vezes impressionantes.

Estamos perante um jogo de xadrez, no qual o rei que todos querem derrotar (e não só a polícia, mas também os traficantes de outros cartéis) é Pablo Escobar, claro. Wagner Moura continua com um sotaque espanhol terrível mas tudo o resto é perfeito e ainda mais incrível do que na primeira temporada. Longe dos tempos em que controlava tudo e todos, o criminoso de Medellín é agora um homem desgastado, em baixo de forma (o ator teve de engordar quase 20 quilos) e a envelhecer. De dentes cerrados, rosto fechado, olhos frios mas penetrantes e silêncios prolongados, é visível a sua crescente desorientação e perda de controle. À sua volta, as centenas de bandidos que trabalham com ele vão sendo eliminados do tabuleiro do jogo como peças insignificantes, deixando cada vez mais espaço para que os inimigos o alcancem.