ter, 23 abril 2024

Resenha | Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently

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Título: Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently
Autor: Douglas Adams
Tradução: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Especificações: Brochura | 240 páginas

Sinopse de Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently

Richard MacDuff é um engenheiro de computação perfeitamente normal que sempre se comportou muito bem, obrigado, até o dia em que deixa uma mensagem equivocada na secretária eletrônica de sua namorada, Susan Way. Arrependido, toma a decisão mais natural possível: escalar o prédio dela e invadir seu apartamento para roubar a fita com a gravação. É assim que acaba encontrando o detetive Dirk Gently e se vê envolvido numa trama louca, criativa e impressionante de Douglas Adams.

Resenha: Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently, de Douglas Adams

Se pudéssemos definir a qualidade de um livro pelo título, já poderíamos dizer que Douglas Adams arrasou nessa obra. Eu não fazia a menor ideia do que se tratava até ler. E o título é a cara do autor, longo e de uma curiosidade humorística irônica que só ele consegue.

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Fazer um resuminho do enredo é bem complexo, porque o livro não tem Dirk Gently e sua Agência de Investigações Holísticas exatamente como centro da trama. No mais belo estilo Douglas Adams, a história começa a ser contada pelas pontas, as quais vão sendo conectadas lá pela metade do livro. Ou seja, ele começa a narrar acontecimentos (aparentemente) banais de diferentes personagens e vai se aproximando do que realmente interessa aos poucos.

Quem nunca leu Douglas Adams pode pensar agora “nossa, que chatice, deve ser arrastado”. Puro engano! O autor é cômico e irônico desde as primeiras linhas de suas histórias, e o que ele narra é tão absurdo que gera muita curiosidade. O modo peculiar como ele “se vinga” dos computadores e softwares que nunca fazem o que são construídos para fazer, a forma como ironiza os costumes ingleses, a raça humana… É o tipo de livro para rir alto e depois se perguntar “O quê?” e então não querer mais desgrudar até entender tudo.

O enredo! Vocês podem estar se perguntando e, bem. Veja bem. Se eu disser que o personagem lá está procurando alguma coisa cruzando o caminho deste e daquele outro, vou estragar toda a experiência de que for ler. O que posso adiantar é que ele conta alguns dias da vida de mais ou menos quatro personagens e que o fio que conecta essas histórias é inesperado e totalmente louco. Mas, isso só se mostra depois da metade do livro, quase no final.

Diferente de “O Guia do Mochileiro das Galáxias” que é ficção científica, fantasia e absurdo do início ao fim, esse parece um romance convencional. Levemente conectado com o outro lado da vida, “Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently” é um mistério antes mesmo de o investigador entrar em ação. E o que é mais legal, só fica claro que se trata mesmo de um mistério quado ele é desvendado.

Quando isso acontece, começamos a pensar em tudo que lemos até ali. Aquelas passagens bobinhas, da qual rimos, tinham muita importância. Dá vontade até de voltar e ler tudo de novo, pra ver se era isso mesmo, se não perdemos algum detalhe. Gente! Entendem isso? É uma trama desconstruída e tão bem costurada que não dá pra não admirar esse tal Douglas Adams.

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Algo que fiquei pensando enquanto lia, e que é um dos motivos para adorar esse autor, é que a história é divertida do início ao fim. Alguns livros são arrastados em algum ponto, ou demora a engrenar. Com Douglas Adams não é assim. Aliás, nem um climax, plot twist e final arrebatador ele faz. É um livro pra aproveitar cada página. E o final é só o fim. Basta o leitor ter o mínimo de bom humor e loucura para gostar muito.

Eu tentei ler bem de vagar, porque esse é o penúltimo livro que existe para eu ler do autor. Mas, é bem difícil, a leitura flui de um jeito, que quando via já tinha lido vários capítulos. É uma história que não cansa.

Então, como já deve imaginar quem leu até aqui, recomendo muito. Para quem já é fã, para quem nunca leu, e até para quem não é chegado em fantasia ou ficção científica. É uma obra perfeita para iniciar a leitura de Douglas Adams.

E, existe uma série no Netflix do investigador Dirk Gently, que tem muito a ver com o livro, só algumas referências a este e também ao outro livro do investigador, “A longa e sombria hora do chá”. Assisti alguns episódios e não achei muito bom. É uma comédia britânica, um pouco absurda, mas tem pouco de Douglas Adams.

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E vocês, já leram Douglas Adams, esse livro, estão pensando em ler? Gostam de Ficção Científica? Contem aí nos comentários.

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Daniela Mattoshttps://estacaonerd.com.br
Apaixonada por Ficção Científica, indie rock e séries. Louca por livros, Whovian. Aguardo ansiosamente pela minha vez de fazer companhia ao louco em sua caixa azul.