Título: Interferências
Autora: Connie Willis
Tradução: Viviane Diniz Lopes
Editora: Suma de Letras
Ano: 2018
Capa comum: 464 páginas
Sinopse:
Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem — a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. Mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada. Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor — e a comunicação — são bem mais complicados do que ela esperava.
Resenha de Interferências de Connie Willis
Vou começar descaracterizando as classificações desse livro, que podem vir a afastar leitores. Não o considero “ficção científica” e muito menos “futurista”. Ele apenas se passa dentro de uma empresa de tecnologia, envolve um fenômeno curioso (criativo) e está muito alinhado com o nosso tempo.
Ele é um romance, nem tão moderno, que todo mundo queria viver (verdade). Principalmente se a pessoa for Whovian (fã de Doctor Who). Cheio de teorias (absurdas) tão bem “tramadas” que a gente embarca e aceita. Uma protagonista meio trouxa, um mocinho geek fofo, um vilão muito, mas muito babaca. Essa é a formula do sucesso de “Interferências”.
Connie Willis, diva da ficção científica, é uma excelente contadora de histórias, criou personagens carismáticos, uma trama envolvente, e falou sobre a nossa urgência de nos comunicarmos, da necessidade de saber se somos amados de volta, sobre fofoca, família e tecnologia (e Doctor Who!) de um jeito muito particular e criativo, que me fez pensar muito e também me divertir. Que livro!
Logo no início achei cansativo, e só depois me dei conta de que era proposital (só pode ser). A história começa a ser contada a partir do ponto de vista da Bridey. Uma mulher chata, que deixa todo mundo se meter na vida dela, que fica inventando desculpas esfarrapadas para se livrar da intromissão das pessoas. A incoerência em pessoa. E é por sentir tanto o peso desa vida enrolada dela que o livro, inicialmente parece chato.
Depois, quando as coisas começam de fato a acontecer, vamos nos dando conta dessa “estratégia”. E é sensacional ver a transformação dessa personagem.
Se posso falar uma coisinha ruim dessa estória, é o modo como a Bridey lida com a situação do namorado dela no final. As coisas que ele fez, não poderia ter ficado assim. Mas, a atitude dela em relação a isso até que condiz com a personalidade dela.
Ah! Doctor Who entra como referência direta, gosto pessoal do C. B., mocinho que ainda termina o livro vestindo uma camiseta da série. Ganhou 100% do meu respeito.
Esse livro entrou pra lista dos melhores livros do ano (eu disse da vida?) junto com “Matéria escura”. E foi uma grata surpresa, já que foi enviado pela Companhia das Letras na parceria que temos com a Editora.
Fica aqui a minha indicação de livro pra quem gosta de romance divertido e inteligente.