Autor: Neil Shusterman
Tradução: Guilherme Miranda
Editora: Seguinte
Ano: 2017
Capa comum: 448 páginas
Sinopse:
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade.
Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador — um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a “arte” da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão — ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais —, podem colocar a própria vida em risco.
Resenha de O ceifador, de Neil Shusterman
Começo esclarecendo que o livro é excelente por vários motivos. Ele discute o valor da vida, o egoísmo e a hipocrisia num futuro distópico em que a humanidade conseguiu avançar incrivelmente nos tratamentos de saúde, a ponto de se tornarem eternos. Ninguém mais morre por doenças ou acidentes, se não pelas mãos de um Ceifador. Um grupo que forma para conter o aumento populacional.
Além disso, não existe mais governos, o mundo é coordenado por uma inteligência artificial. Ele não fala muito dessa IA, mas eu amei a forma como os personagens interagem com ela. É como se fosse uma evolução do Google. Uma referência à Matrix, será? Eu achei bem parecido num trecho importante do livro.
Parece um assunto sério, mas os personagens principais são adolescentes, e isso traz uma leveza para a história. A escrita do autor é muito fluida e há suspense e há várias surpresas ao longo da trama. Algumas tão inesperadas que quase infartei, plot twists de tirar o fôlego a ponto de não nos deixar largar o livro.
A forma como os capítulos são organizados é muito interessante. Não é novo, o próprio autor já utilizou em livros anteriores. Mas, funcionou muito bem em “O ceifador”. Entre os capítulos são adicionadas páginas dos diários dos ceifadores protagonistas da história. E as reflexões deles nos auxiliam a compreender a densidade daquela nova forma de organização social. Porque tudo parece muito certo e muito aceito, mas os ceifadores mais responsáveis (digamos assim), questionam-se bastante sobre como essa atividade é conduzida.
Ao final de “O Ceifador”, um arco se fecha encerrando os episódios começados no livro. Mas, fica uma boa história para contar. Dá muita vontade de saber como ficarão as coisas depois de tudo. E a boa notícia é que a segunda parte dessa história já foi lançada, se chama “A nuvem”. Ainda não li, mas está nos meus planos. Quem aí já leu esses livros, compartilhe conosco a sua opinião!