ter, 23 abril 2024

Sábado de Clássicos do Horror #2 | Confira três obras do gênero para assistir em Outubro

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No segundo Sábado de Clássicos do mês do horror, trazemos mais três indicações de filmes do gênero com comentários de nossa equipe.

Confira:

Monstros (Tod Browning, 1932)

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Sinopse: Em um circo de atrações bizarras, Cleópatra é uma bela trapezista que é cortejada por um anão. Ao descobrir que ele é herdeiro de uma fortuna, ela arquiteta um plano com o seu amante, Hércules, para casar-se com o anão e depois envenená-lo. No dia do casamento, Cleopátra repudia os amigos do circo do seu futuro marido, chamando-os de nojentos e sujos. Eles se juntam para se vingar de Cleópatra.

Comentário: Dificilmente houve – e certamente não haverá – algo comparável a Monstros no cinema de horror. O filme do diretor Tod Browning, que um ano antes fez história ao comandar o famoso Drácula com Béla Lugosi, é fruto tão intocado de um momento de possibilidades do cinema que seria impossível recriar com toda a sua esquisitice e aspereza. O mais bonito nesse projeto, entretanto, é a sua capacidade de ressignificar o seu tom a partir dos rumos da trama. No início, aquilo que parecia querer provocar choque através das deformidades dos personagens do circo funciona, hoje, como uma apresentação cômica e leve às peculiaridades de cada um. Do ponto em que a história desenha seu conflito, seus contornos emocionais ganham a tração necessária para que o clímax – aí sim – seja sentido como o autêntico terror da catarse. Um terror de imagens assombrosas, de fato, mas também intensamente simbólicas em seu conceito de conjunto. Definitivamente, monstros assumem várias formas.

(Comentário de André Guerra)

Filme disponível no HBO Max

Quando Chega a Escuridão (Kathryn Bigelow, 1987)

Sinopse: Caleb é seduzido por Mae, uma bela garota que também é uma vampira. Após ser mordido e transformado em uma criatura da noite, Caleb se junta a uma gangue de vampiros que aterroriza o interior dos Estados Unidos.

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Comentário: Um conto de dualismos. Luz e trevas, noite e dia, presa e predador, humano e inumano. Vida e morte, acima de tudo. Bigelow leva seu protagonista por uma jornada de purgação pela noite/morte para que ele possa se tornar digno do dia/vida. Por mais que toda a mise em scene seja marcada por uma aura de fabulação que sugere o encaminhamento para um sentido maior, impressiona a dedicação que a diretora reserva às sequências isoladamente consideradas. Cria-se um senso de fases bem distinguíveis no caminho do protagonista – o bar, o hotel e o conflito final são particularmente memoráveis –, e esse senso traz um resultado que concilia muito bem a palpabilidade da ação concreta com a dimensão espiritual da obra. Bigelow compreende que, para chegar ao universal – e o filme chega, com uma das cenas finais mais belas e evocativas do gênero –, é preciso antes trabalhar e dar peso ao particular.

(Comentário de Felipe Lima)

Filme disponível no Telecine Play

Você É o Próximo (Adam Wingard, 2011)

Sinopse: Uma família aproveita dias de descanso em um local deserto quando homens mascarados invadem a casa com a intenção de matá-los. O que os assassinos não sabem é que uma das vítimas, na verdade, é uma ameaça.

Comentário: Adam Wingard subverte o home invasion em uma desconstrução de sua final girl. A quebra de expectativa funciona como uma brincadeira temática com o espectador, desorientando-o completamente e ressignificando suas percepções sobre filmes slashers. É interessante notar como Wingard utiliza o paralelo entre a casa e a família para estabelecer os pontos fracos de cada ambiente. Se pela janela acessamos os espaços delimitados arquitetonicamente que nos dão ingresso ao interior da casa – e por essa mesma fresta surgem os ataques iniciais -, ao nos inserirmos dentro do convívio familiar somos apresentados às suas fragilidades e conflitos cada vez mais aparentes, esses que serão levados até as últimas consequências. Wingard é econômico em suas cenas e, no caso da violência, só se torna devidamente frontal quando precisa entregar uma espécie de satisfação sádica, mas que funciona melhor do que a maioria dos filmes. Em uma espécie de mumblecore desestruturado e de interessante contraste com outras obras de mesma proposta, Você É o Próximo é um ótimo exercício revisionista e um manifesto contra certas concessões do gênero.

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(Comentário de Gabriel Luna)

Filme disponível no HBO Max

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Felipe Lima
Felipe Limahttp://estacaonerd.com
Formado em Direito. Palpiteiro em Cinema.