Uma das músicas mais famosas e queridas de Adoniran Barbosa acaba de se transformar em filme. Dirigido por Pedro Serrano, SAUDOSA MALOCA será exibido pela primeira vez no Brasil, na 47a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece entre 19 de outubro e 01 de novembro. A produção é da Pink Flamingo Filmes e a distribuição é da Elo Company. A estreia está prevista para 22 de fevereiro de 2024.Em 22 de outubro, na programação da Mostra, o filme fará parte do Domingo Musical, na Cinemateca de São Paulo. Nesse dia, antes da sessão, haverá uma roda de samba comandada por Everson Pessoa e convidados.“Se o sinhô não está lembrado/ Dá licença de contar/ Que aqui onde agora está/ Esse adifício arto/ Era uma casa velha/ Um palacete abandonado”, assim começa a canção de 1951, que narra a história de Mato Grosso e Joca, contada pelo próprio compositor na mesa de um bar. Adoniran é interpretado por Paulo Miklos, e os outros dois personagens por Gero Camilo e Gustavo Machado, respectivamente. O universo de Adoniran não é novidade para o diretor, que em 2015 lançou o curta “Dá Licença de Contar”, que já trazia o trio central no elenco fazendo os mesmos personagens, e, em 2020, lançou o documentário “Adoniran, Meu Nome é João Rubinato’. Agora com o longa, há a possibilidade de ampliar a história do curta trazendo mais elementos do universo do compositor paulista. Além de Saudosa Maloca, o roteiro traz episódios, falas e personagens presentes em diversos sambas do compositor, costurados numa só trama e compondo assim uma crônica social bem humorada da cidade de São Paulo.O longa, que tem roteiro de Serrano, Guilherme Quintela (Sintonia, Meu Amigo Hindu) e Rubens Marinelli (O Santo Maldito) e teve consultoria de Lusa Silvestre, conhecido por seu trabalho nos roteiros de “Estômago” e no mais recente “Medida Provisória”, traz Adoniran, já do alto de seus 72 anos, narrando ao garçom de um bar histórias de uma São Paulo que não existe mais, lembrando com carinho dos amigos Matogrosso e Joca, vivendo numa maloca que já não existe mais, e ambos apaixonados por Iracema (Leilah Moreno). Enquanto ela dá duro como balconista, os dois fazem de tudo para fugir do batente e “viver forgadamente”. Com a ajuda do samba, Adoniran, Joca e Matogrosso sobrevivem à pobreza e à fome, mas têm seu modo de vida ameaçado quando o bairro do Bixiga começa a passar por transformações vorazes, um sinal de que, se não arrumarem trabalho, podem ser engolidos pelo “pogréssio”. À medida que conta seus “causos”, Adoniran estreita sua relação com Cícero e ambos são testemunhas do crescimento desenfreado da metrópole, que segue passando por cima de sua gente. A especulação imobiliária e os despejos ainda são as tintas que colorem a paisagem desigual. Combinando drama e fantasia, o longa resgata uma São Paulo lírica do passado que ficou imortalizada nas músicas de Adoniran Barbosa. O diretor Pedro Serrano afirma que o filme “conta uma história brasileira, mas essencialmente paulista. É um tributo à obra de um dos maiores sambistas de São Paulo e também uma reflexão sobre questões sociais importantes da cidade. Por isso, estrear na Mostra é como estrear em casa. É uma honra não só pela conexão com o público local, mas também pela magnitude deste evento que é um dos principais do país e faz parte da vida de qualquer amante do cinema.”O elenco de SAUDOSA MALOCA conta ainda com Sidney Santiago, Paulo Tiefenthaler, Carlos Gimenez, Izak Dahora, Zemanuel Piñero, Ney Piacentini, e Noemi Marinho. A produção executiva do longa é assinada por Renata Martins e Giovana Amano. A obra tem ainda Lito Mendes da Rocha (Serra Pelada, Manhãs de Setembro), na fotografia; e a direção de arte assinada por Claudia Terçarolli (Abestalhados 2).SAUDOSA MALOCA é produzido pela Pink Flamingo Filmes, com coprodução da Claro e Nation Filmes e será distribuído pela Elo Studios. Patrocínio da Guima Conseco, apoio do FSA, Ancine, BRDE, PROAC, Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Sinopse
Numa mesa de bar, o velho Adoniran Barbosa conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe. Lembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema e de outros personagens eternizados em seus sambas, crônicas de uma metrópole engolida pelo apetite voraz do “pogréssio”.