sáb, 20 abril 2024

Se o cinema é nacional, não me interessa!

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O cinema nacional sofre a eras das mazelas do estado e as mais diversas dificuldades para se conseguir fazer um bom filme. Quem nunca esperou 10 minutos de propaganda de cerveja, operadora de celular, governos, associações e afins antes do início do filme, sabe do que estou falando. Mas claro, títulos como Central do Brasil, Cidade de Deus, Dois Coelhos, Tropa de Elite e o recente Bacurau (que ainda é desconhecido por muitos), não nascem todo ano. E todos eles só são sucesso, obviamente, pelo público.

Cena de Central do Brasil

Justamente o mesmo público que também não dá valor aos filmes nacionais, e que muitas vezes destroem as obras, a vezes, sequer lançadas. É o caso dos próximos “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais” que estreiam este ano e irão retratar o caso “Von Richtofen” nas visões de Suzane e de seu então namorado Daniel Cravinhos; numa jogada de marketing intimista, justamente para se ver e analisar os dois lados dessa terrível história.

O dois filmes são também baseados na obra de Ilana Casoy, uma das maiores criminólogas e escritoras brasileira, “Casos de Família: Arquivos Richthofen”, que faz sucesso justamente pela sua isenção, frieza e fidelidade nos fatos narrados.

“As pessoas conhecem a versão da mídia do julgamento dos dois. Mas a própria imprensa fez um esquema de rodízio no tribunal, e pouca gente ouviu todo o julgamento. Os dois (Suzane e Daniel) deram suas versões, completamente diferentes”  

Ilana Casoy
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Vejam que premissa excepcional para os filmes, que irão abrir vários questionamentos (não pelo crime) mas sim da mente de cada um sobre todo o acontecido na tragédia. Só que o longa ainda só teve um trailer divulgado, e, já têm a visão dos brasileiros – e também de muitos lados da imprensa – , em sua maioria, que é um “absurdo” mostrar algo tão perturbador quando foi o crime. Para essa parcela da sociedade, é quase que tão hediondo quanto o próprio acontecido, representá-lo no cinema!

Mas é o mesmo público que se agrada em ver, divulgar e indicar filmes como a cinebiografia de Ted Bundy, Zodíaco, Psicose, Monster, e tantos outros títulos premiados e discutidos no mundo todo, baseados em fatos reais, assim como esse será, mas, com o “defeito” de ser uma produção brasileira.

Um exemplo simples: Na mesma semana em que o trailer foi lançado, as pesquisas por Ted Bundy foram maiores que pelo próprio filme, ou até pelo caso Richtofen.

Mas então, porque comédias nacionais são tão valorizadas? Ou melhor, porquê não valorizar os demais filmes nacionais, assim como as comédias?

Talvez pelo fato que rir ainda é mais fácil e despretensioso que dar valor a uma obra nacional que nos faça questionar. Seja qual for o tema.

Uma pena.

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Co-Fundador do Estação Nerd. Palestrante, empreendedor e sith! No momento, criando meu sabre de luz para cortar a lua ao meio. A, SEMPRE escolha a pílula azul. Não faça como eu!