Depois de passar por grandes festivais de cinema internacionais, SOL DE INVERNO chega aos cinemas brasileiros em 16 de janeiro, com distribuição da Michiko Filmes. Integrando a seleção Un Certain Regard, do Festival de Cannes, o longa do diretor japonês Hiroshi Okuyama fez sua estreia mundial em maio do ano passado e, desde então, por onde passa coleciona elogios da crítica especializada, incluindo os tradicionais festivais de Toronto, San Sebastián e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Inspirado pela música “Boku no Ohisama” (“My Sunshine”), da dupla folk Humbert Humbert, Okuyama narra neste, que é o segundo longa da sua carreira, a história do pequeno Takuya (Keitatsu Koshiyama). Aos 9 anos, o menino pena para acompanhar os demais colegas, entusiasmados com os treinos de hóquei no inverno. Embora não leve muito jeito para o esporte, Takuya descobre na pista de patinação algo novo ainda mais empolgante ao assistir às coreografias graciosas da jovem Sakura (Kiara Takanashi).
Atento ao interesse do menino, o treinador Hisashi Arakawa (Sôsuke Ikematsu), ex-campeão da patinação artística, decide acolhê-lo e treiná-lo como parceiro de Sakura. Mais do que ensiná-lo, porém, a atitude do professor provoca o desabrochar destes três personagens, levando-os a formar um laço profundo e simbólico.
Com esta história singela e adorável, SOL DE INVERNO ganhou a alcunha de “joia escondida” do Festival de Cannes. De acordo com a crítica Lovia Gyarkye, do Hollywood Reporter, “Okuyama constrói uma narrativa tranquila sustentada por um charme discreto, guiado por pela beleza da paisagem e pela nostalgia da infância”. Gyarkye ainda pontua como o cineasta é capaz de criar uma ambientação quase fantástica, “que opera como uma memória”.
Ryan Lattanzio, da Indiewire, também não economizou nos louros para SOL DE INVERNO, chegando a afirmar que o “Japão seria sensato em escolhê-lo como representante para o Oscar de Melhor Filme Internacional”. Entre elogios sobre o trabalho de Okuyama com atores mirins e os sentimentos genuínos que permeiam toda a história, o crítico escreve: “o cineasta cria um universo tátil de nostalgia e arrependimento, que mais sugere do que explica”.
Frisando a habilidade que Okuyama demonstrou também como roteirista, diretor de fotografia e montador, Catherine Bray, da Variety, afirma que “nada parece aleatório ou menos que perfeito” nas imagens que ele constrói no filme. Além disso, ela destaca o papel do treinador como âncora para a história, fugindo dos clichês do retrato do esporte no cinema. “Essa dinâmica delicada [entre os protagonistas] não se transforma de repente em um filme esportivo à la Rocky, com montagens de punhos cerrados ou com clímax que leva a história para o tudo ou nada”, diz.
Já Pete Hammond, do Deadline, crava que, com SOL DE INVERNO, “não há dúvidas de que Okuyama é um diretor para ficar de olho”. Para o crítico, o cineasta japonês também evita o melodrama e os tropos das histórias de amadurecimento. “Em vez disso, ele move sua câmera tão graciosamente quanto os jovens patinadores. […] Conhecemos cada um lenta e deliberadamente, no que é essencialmente uma história com três protagonistas”, descreve.
Com distribuição da Michiko Filmes, SOL DE INVERNO chega aos cinemas em 16 de janeiro.