O filme SUÇUARANA, dirigido por Clarissa Campolina e Sérgio Borges e produzido pela Anavilhana, cuja estreia mundial ocorreu na 60ª edição do Festival Internacional de Cinema de Chicago, integra a Mostra Cinema, Mineração e Meio Ambiente, e será exibido no dia 26 de julho de 2025, às 20h, na Sala 3 do Reserva Cultural, em São Paulo. O filme ganha as salas de cinema nacionais em 11 de setembro, distribuído pela EMBAÚBA FILMES.
A mostra “Cinema, Mineração e Meio Ambiente” apresenta ao público documentários e ficções que questionam o custo humano e ecológico da extração mineral, promovendo reflexão e debate sobre os impactos da mineração. A mostra, que tem entrada gratuita, é uma realização do Instituto Camila e Luiz Taliberti.
Interessados em comparecer à exibição do filme em SP no dia 26 de julho, favor preencher o formulário acima. Sujeito à lotação.
SUÇUARANA é o nome de um lugar mítico, uma paisagem que aparece na foto desbotada que Dora carrega consigo. Na estrada há muito tempo, pegando carona por uma região devastada pela mineração, ela segue em busca dessa terra prometida sonhada por ela e por sua mãe. Mas ninguém parece conhecer este lugar, aparentemente perdido no tempo. Dora faz da estrada o seu lar, mas a solidão errante parece ser ainda mais desafiadora para uma mulher viajando sozinha. Nessa vida em movimento, a generosidade de estranhos é por vezes subitamente eclipsada pelo perigo. Após um acidente, a andarilha busca refúgio em uma fábrica abandonada, onde encontra um grupo de trabalhadores vivendo em uma vila. Nessa vida coletiva, experimenta conforto e acolhimento, mesmo que seja por apenas um instante, pois não existe permanências em Suçuarana. Nas deambulações e encontros de Dora, o realismo mágico se infunde ao road movie, e tudo parece etéreo. Ansiando por um sentimento de pertencimento que parece estar sempre fora de alcance, Dora é uma mulher com gosto pela liberdade.
O filme acompanha uma mulher que busca seu lugar no mundo e também aborda questões contemporâneas importantes, como a destruição da natureza pela mineração, a fragilidade dos laços comunitários e a busca por sentido em um mundo já saturado. As diferentes formas de vida, enraizadas na tradição e nas tecnologias da ancestralidade emergem como resistência e pertencimento em meio a um cenário hostil.
Ao longo da jornada de Dora, o espectador é convidado a refletir sobre a relação do ser humano com a natureza e os sistemas de vida comunitária que resistem às lógicas capitalistas.
Ao falarem sobre o processo criativo de SUÇUARANA, os diretores explicam que o filme foi livremente inspirado no romance “A Fera na Selva”, de Henry James. “Durante o desenvolvimento, nossa intenção foi preservar o mistério e a sensação de busca que o romance evoca, mas adaptando essa jornada ao nosso contexto social e geográfico”, comentam. A dupla destaca que a obra é dividida em duas partes distintas, que se complementam estéticamente e narrativamente. A primeira metade do filme, gravada em digital com uma estética de road movie, captura a jornada errante de Dora pelas paisagens devastadas pela mineração. Nesse trecho, a câmera permanece inquieta, sempre em busca de algo, refletindo a própria inquietação da protagonista. Já na segunda metade, o tom muda. Ao encontrar a comunidade na montanha, Dora é envolvida em uma atmosfera de acolhimento, e a estética do filme torna-se mais contemplativa, com planos mais longos e imersivos, explorando as dinâmicas do trabalho coletivo e da convivência.