Desde quando começou, em 2015, a série Supergirl vinha crescendo exponencialmente a cada temporada e chegando no topo facilmente com muitos plots bem desenvolvidos e utilizando de excelentes debates com crítica sociais.
Ao longo de cinco temporadas, a série enfatizou vários temas atuais, como xenofobia, relacionamentos abusivos e, não menos importante, a temática LGBTQ+.
Mas desde o começo da quinta temporada, os fãs têm criticado (e muito) a produção da série e seu desenvolvimento.
Colocando oponentes fracos e histórias rasas, o enredo se perdeu depois do crossover da Crise nas Terras Infinitas e deixou Supergirl à deriva, sem um caminho fixo a ser seguido. A atual temporada enfatiza a relação entre Supergirl e Lena Luthor e mostra a perspectiva de uma amizade ruindo por conta de um único segredo.
O problema principal do rendimento da série, já começa exatamente aqui: onde fãs apontam que a garota de aço e a CEO da Luthor Corp não seriam somente amigas – e que por isso, há varias acusações de “queerbait”. Esse termo existe para designar o momento onde a produção induz os telespectadores LGBTQ+ a assistir o conteúdo todo da série, por conta de um possível relacionamento que não seja heteronormativo, mas nunca o concretizam, deixando esse nicho de público na expectativa por algo que não virá a acontecer de fato).
Um exemplo comparativo, foi utilizado por uma conta no Twitter, para comprovar que a produção realmente estaria induzindo que as duas protagonistas teriam algo mais do que amizade. No vídeo, há comparações de cenas e situações praticamente idênticas (inclusive falas e roteiros), entre Clark Kent e Lois (que já são um casal atualmente) e Supergirl/Lena –que são somente amigas até então (?). Vou deixar o link e o vídeo para quem quiser tirar suas próprias conclusões…
Ainda dentro do tema LGBTQ+, é nitidamente notado o quanto diminuíram o tempo de tela de Nicole Maines (intérprete de Nia Nal/Dreamer). A entrada da atriz foi considerado um dos melhores feitos da série até então, dando visibilidade à uma heroína trans, onde a atriz que a interpreta também faz parte do mundo LGBTQ+.
Entretanto, olhando como um todo, essa quinta temporada praticamente esqueceu os plots que envolviam Nia Nal, com a personagem aparecendo em pouquíssimos episódios. Nos episódios nas quais a heroína Dreamer aparece, as participações são minúsculas, deixando a personagem irrelevante e sem força.
O mesmo acontece com o personagem de Chyler Leich (Alex Denvers) que começou a série como uma agente badass do Departamento de Operações Extranormais (DEO), mas depois do crossover, voltou fraca e também sem tempo de tela. Seu último relacionamento havia terminado pelo desejo da personagem em ser mãe, mas a questão foi completamente esquecida na quarta temporada. Até colocaram a agente em outro relacionamento, agora com a psicóloga Kelly Olsen (Azie Tesfai), mas ela quase não aparece mais nos episódios, tendo sido esquecida (no churrasco) também.
Como se não fosse o bastante, a garota de aço vêm tomando decisões complicadas em sua vida pessoal (como ceder às insistências de um novo possível affair). Esse não seria o problema, se o personagem em questão não tivesse chegado há pouco na série, e se tivesse tido um bom desenvolvimento com a personagem principal. A relação dos dois foi pouco abordada e o começo levantou questões abusivas. A entrada de William Dey na CatCo foi desastrosa e o personagem deixou Kara Denvers/Supergirl em maus lençóis, passando por situações hostis por conta de William. O último episódio, exibido neste domingo 08/03, mostra Kara finalmente aceitando o convite de Dey para jantar, mas com pouco entusiasmo e com bastante relutância, mostrando o descontentamento da personagem quanto à insistência do repórter.
Por último, mas não menos importante, o enredo envolvendo a família Luthor está batido e sem nexo, colocando Lex morrendo e voltando umas 30 vezes, e sendo colocado como o oponente mais forte várias vezes. (A série dele não era a do Superman?) Já a personagem de Lena, está visivelmente debilitada psicologicamente – por ter sido traída mais uma vez– e suas decisões tem sido focadas apenas em um único projeto. Vale ressaltar aqui, que estão perdendo um potencial e tanto para desenvolver plots mais interessantes para Lena, já que a CEO ganhou muita visibilidade e seu favoritismo foi comparado ao da personagem principal. Alguns cogitam a ideia de a irmã Luthor virar vilã, o que não seria de todo ruim, se tudo for muito bem desenvolvido. É uma personagem inteligente e que conta com muito apoio de tecnologia – o que realmente não seria um problema, visto que Supergirl anda apanhando (igual gato no saco) ultimamente.
Em suma, a série se perdeu em muitos aspectos, seguindo rumos difíceis daqui pra frente. Supergirl ainda conta com alguns episódios e já está supostamente confirmada para uma sexta temporada. Mas com um CGI de qualidade duvidosa e enredos superficiais, os produtores, roteiristas e showrunners, precisarão se esforçar MUITO para conseguir contornar tantos problemas em tão pouco tempo e reverter essa nota baixa conquistada no ultimo episódio exibido –Visto que suas notas começaram com nota 9+ nos primeiros episódios da atual temporada e o episódio de domingo terminou com nota 3,6 (!).
Eu (infelizmente) acredito que o futuro da série está ameaçado. E vocês? Supergirl consegue voltar ao topo ou de agora em diante, é só ladeira abaixo?