seg, 18 novembro 2024

THE TOWN | Inauguração da Praça Chicão e mural de grafite, do artista Wes Gama, marcam entrega de mais uma etapa do projeto Favela 3D, na Favela do Haiti

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Mesmo antes de abrir os portões da Cidade da Música, no dia 2 de setembro, para sua primeira e histórica edição, o The Town já vem mostrando sua força e impacto social que, somada a contribuição de órgãos públicos, agentes sociais e do setor privado, pode ajudar a mudar a realidade das pessoas. É o caso das 290 famílias da Favela do Haiti, que estão vivendo as transformações do projeto Favela 3D. Em ação para imprensa realizada nesta quinta-feira, 24 de agosto, aconteceu a entrega da Praça Chicão – nome escolhido pelos moradores da Favela Haiti 3. O espaço recebeu obras de infraestrutura, ganhou área de lazer e ficou mais colorido com o macro mural imersivo de grafite, “Raízes do futuro”, realizado pelo artista Wes Gama e pela comunidade. O evento de inauguração contou com a presença do Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, da Vice-presidente de Reputação e Marca da Rock World, Roberta Medina, além de representantes de todos os parceiros – Gerando Falcões, Vozes das Periferias, Gerdau, Fundação Grupo Volkswagen. Com o projeto, cerca de mil pessoas estão sendo impactadas por ações que promovem o fortalecimento comunitário, empregabilidade, empreendedorismo, capacitações profissionais e acompanhamento individualizado das famílias.

créditos: divulgação

O projeto da nova Praça Chicão foi idealizado pela arquiteta Josiane Retzlaff e alunos voluntários da Escola da Cidade. O conceito expressa o verdadeiro potencial do local, que representa a união da comunidade em prol do bem comum. Agora, o espaço conta com dois decks de madeira, um palco para a realização de shows e um parquinho como nova opção de lazer para as crianças, com balanço, gangorra e até um divertido jogo de amarelinha pintado no chão. A área da praça também passou por obras de canalização da rede de esgoto e pavimentação. A reforma da Praça Chicão traduz de forma física a missão do Favela 3D: “colocar a pobreza no museu antes de Marte ser colonizado”.

Outro destaque para moradores e visitantes é o macro mural imersivo, “Raízes do futuro”, que dá novas cores e contornos para as fachadas ao redor da praça. Uma apreciação artística em 360º, trazendo temas importantes para a história da comunidade, como a natureza que representa as origens haitianas, margaridas simbolizando as mulheres empoderadas, as crianças que viverão em uma favela Digna, Digital e Desenvolvida, além de animais de forma vibrante e colorida. Na fase de projeto, foram utilizadas as informações coletadas a partir de rodas de conversas e oficinas com a comunidade, realizadas pelo Vozes das Periferias e Escola da Cidade. Já na execução, aconteceram oficinas de paisagismo com os moradores, adultos e crianças, enquanto crianças e jovens aprenderam também técnicas de grafite.

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créditos: divulgação

A iniciativa faz parte do propósito “Por Um Mundo Melhor”, que conecta pessoas pela música e ajuda a transformar vidas a partir de causas. Roberta Medina, Vice-presidente de Reputação e Marca da Rock World, empresa que criou e organiza o The Town e o Rock in Rio, falou sobre a importância da união entre os setores. “O que estamos vendo acontecer aqui na Favela do Haiti mostra que quando existe vontade e união, podemos mudar a vida das pessoas e transformar nossas cidades e o mundo em um lugar melhor para todos nós. Isso está no DNA do Rock in Rio e também nos valores do The Town. Não adianta a gente fazer uma festa bonita se a gente não cuidar da nossa cidade, se não cuidarmos das pessoas”, acredita.

Medidor batizado de “dignômetro” mostra evolução dos trabalhos

Para acompanhar o andamento das obras e entregas previstas, foi instalado um “dignômetro” na praça central. Este painel fundamental é constantemente atualizado para que a população local esteja a par de todas as ações que estão sendo realizadas, trazendo as porcentagens de espaços revitalizados, moradias transformadas, pessoas no mercado de trabalho e pessoas qualificadas. Atualmente, ele aponta que 67% dos espaços foram revitalizados, 28% das moradias transformadas – 32 de 115 com melhorias como reformas de banheiro, troca de portas, janelas etc –, 66% das pessoas inseridas no mercado de trabalho e 23% de pessoas qualificadas para o mercado.

O projeto da Favela do Haiti já soma: 32 casas que passaram por melhorias habitacionais, entrega de três novos projetos de casas sustentáveis, abastecimento de água para 100% das casas térreas da comunidade em parceria com a Sabesp, 62 caixas d’água instaladas e o projeto “Museu Arte Pública” – que traz arte para todo o envelopamento da favela, envolvendo moradores no processo de criação de todos os murais artísticos –, e uma horta comunitária. Além das melhorias de infraestrutura, 261 famílias (das 290 que moram na comunidade) fazem parte do projeto Decolagem e mais de 45 pessoas foram contratadas pela prefeitura, via Programa Operação Trabalho (POT), para agricultura nos cuidados da horta e para o POT Zeladoria, para os cuidados de praças no entorno da região.

créditos: divulgação

Em andamento estão: um curso de maquiagem para 20 pessoas e a construção do Centro Comunitário. Os próximos passos são a parceria com Escola da Cidade, o programa Jovem do Futuro – que promoverá cursos para aperfeiçoamento de competências socioemocionais e técnicas com foco na preparação de jovens de 16 a 20 anos para o mercado de trabalho –, o curso de educação financeira e a formação do Rede Favela, cujos trabalhos estão previstos para ter início no mês de setembro.

Para o Prefeito de São Paulo, a união das empresas e o levantamento dos dados sobre a comunidade têm sido fundamentais para o sucesso do projeto. “É impressionante como, quando se tem a força de vontade para fazer e se reúnem as pessoas que querem fazer de verdade, como o pessoal do The Town e todos os parceiros, a comunidade, as coisas acontecem. Outra coisa que é fundamental é você planejar, identificar as necessidades e atuar a partir disso” acredita. “Tem muita coisa acontecendo aqui que a gente não está vendo, que não estão aos nossos olhos, como os cursos profissionalizantes, a alfabetização das pessoas que estavam precisando, da questão do emprego”, conta.

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Beatriz Ribas, Gerente de Território da Gerando Falcões, detalhou tudo o que vem acontecendo na comunidade. “Hoje é um grande dia, um grande marco para os moradores da Favela do Haiti. A praça, na verdade, é um símbolo social de convivência, de harmonia, de início do nosso trabalho. Temos aqui quatro meses de trabalho e ainda teremos outros 20. Além de toda essa estrutura física que estamos vendo, tivemos 32 melhorias habitacionais, três casa sustentáveis (ainda teremos pelo menos mais 15), associação de moradores, horta comunitária, 66% das pessoas disponíveis no mercado de trabalho já foram empregadas, 23% das pessoas já foram qualificadas e isso é só o começo. Ainda vamos trabalhar muito o eixo de geração de renda e desenvolvimento social, nas moradias e no urbanismo para garantirmos de fato a dignidade para as famílias do Haiti”, afirma.

Parceira do projeto, a Gerdau, reforçou o compromisso da marca de ser parte das soluções aos desafios da sociedade, como o déficit habitacional. “A chama da transformação está acesa, tem muita coisa para acontecer nesses próximos 20 meses, mas estamos muito felizes em ver o quanto estamos conseguindo apoiar e transformar através do estímulo da comunidade. Para nós, isso é um alinhamento de propósito. A Gerdal tem como compromisso exatamente transformar a sociedade onde atua, deixando um legado seja através da moradia, da educação ou do estímulo social”, conta Gustavo França, Diretor de TI da Gerdau.

Já a Fundação Grupo Volkswagen destacou a relevância das ações de mobilidade social e urbana e a conexão do projeto com a estratégia ESG do Grupo. “Essa é a quinta vez que a Fundação vem aqui no Haiti. Quem veio lá no começo, quando a gente estava negociando a parceria, e entra aqui hoje e vê a diferença real que a gente começou a fazer na vida das pessoas, a gente entende o porquê um projeto como esse merece ser feito e merece ser multiplicado. O que estamos fazendo aqui é uma metodologia que com certeza vai servir de vitrine para que a gente leve para outras comunidades do Brasil”, acredita. “A Fundação tem um propósito que é a mobilidade social, que nada mais é do que garantir a mobilidade socioeconômica das pessoas. E isso se faz com geração de renda, com saúde e educação”, conclui.

Com um olhar voltado para os moradores, o Vozes das Periferias ressalta a importância de fazer parte de um projeto como este colocando os moradores no centro, realizando uma transformação de dentro para fora. “Temos aqui o primeiro mural 360° de São Paulo. Essas artes são muito bonitas, sim. Mas acima de tudo elas trazem a relevância e o espírito dessa comunidade. Periquito, natureza, gatos, a amizade, a coletividade e um grupo de mulheres muito fortes que existe dentro dessa comunidade, representado pela pintura das margaridas”, fala Cesar Gouveia, CEO do Vozes das Periferias, após agradecer nominalmente diversos moradores envolvidos no projeto.

Etapa de diagnóstico e planejamento foi fundamental para levantar as prioridades das ações que estão sendo realizadas

Logo no início do projeto ficou constatado que 9% dos domicílios não possuem banheiros, 29% dos domicílios possuem perigo de incêndio ou curto-circuito ou materiais inapropriados, além de 47% terem problemas de mofo e ventilação. A análise também mostrou que 17% das pessoas estão em situação de desemprego e buscam uma oportunidade de emprego e que 32% dos moradores são analfabetos.

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Todo o projeto é realizado em conjunto com os moradores e a perspectiva é que em dezembro de 2024 já esteja concluído. Alguns dos cenários e das metas do Favela 3D na Favela do Haiti são:

Desenvolvimento Social:

Cenário:

– 32% da população é não alfabetizada.

– 1 a cada 5 crianças não estão na escola ou creche.

– 1 a cada 20 famílias não tem acesso à internet.

Resultados esperados:

– 290 famílias acompanhadas pelo programa decolagem.

– 100% do território com acesso à internet.

– 100% das crianças matriculadas em creches ou escolas.

– 100% da população alfabetizada.

Geração de Renda:

Cenário:

– 38% da população está em situação de desemprego

Resultados esperados:

– Zerar o desemprego para pessoas disponíveis (por meio de aceleração de empreendedores, trilhas de capacitação profissional e conexão com vagas de emprego)

– Combate à evasão escolar e inserção dos jovens no mercado com a formação de 52 jovens no projeto Jovem do Futuro

Urbanismo e Moradia:

Cenário:

– 97% das casas não possuem acesso regular a água

– 78% das casas possuem problema de ventilação/mofo e ligações elétricas com perigo de incêndio.

– 66% das casas são feitas de tijolo com revestimento. Enquanto 22% são feitas de tijolo sem revestimento e 8% são de madeira aproveitada. Além disso, 9% das casas não possuem banheiro exclusivo.

Resultados esperados:

– 100% das famílias com abastecimento de água (por meio de uma parceria com a Biosaneamento e a SABESP, onde iremos instalar caixas d’água para abastecimento do território até agosto e fazer a ligação delas com a rede regular de distribuição de água a partir de setembro)

– 115 Melhorias habitacionais e fachadas

– Construção de 21 sobrados sustentáveis

créditos: divulgação

Um dos programas que será implementado é o Urbanismo Tático. Este é um modelo de intervenção no espaço urbano que busca respostas rápidas a problemas relacionados a espaço público, que supostamente exigiriam um processo longo e burocrático por parte do Estado para serem solucionados. Este modo de intervir consiste em ações pontuais de pequena escala que visam mudança de comportamento e de cultura a longo prazo.

Entre as novidades também está o Jovem do Futuro, que promoverá cursos para aperfeiçoamento de competências socioemocionais e técnicas com foco de preparação de jovens de 16 a 20 anos para o mercado de trabalho, que serão realizados em parceria com empresas e organizações locais. O objetivo será combater a evasão escolar e o trabalho infantil por meio da inserção dos jovens no mercado de trabalho e da garantia de que todos estão matriculados e frequentando escola. Já o Investimento Semente será um programa de investimento de até R$ 5.000,00 para implementação e reestruturação de negócios com o objetivo de desenvolver capital para investimento no empreendimento tais como capital de giro, fluxo de caixa, materiais e insumos. Outra ação é o Aceleração de Empreendedores, que vai apoiar os empreendedores no crescimento dos negócios oferecendo suporte e capacitação para moradores que já empreendem ou querem começar suas empresas, além de apoiar a regularização dos empreendimentos. O Rede Favela, outro programa criado para o projeto, vai visar a formação de lideranças comunitárias para fazer a gestão do território e manter a comunidade engajada.

Já o chamado Programa Decolagem constrói trilhas individualizadas de superação da pobreza para cada família, fomentando a autonomia das pessoas no processo de transformação. As famílias são atendidas em todas as suas complexidades. É realizado um acompanhamento familiar regular, seguindo uma metodologia também multidisciplinar e intersetorial, que viabiliza a emancipação da pobreza. Uma equipe profissional com atendimento técnico especializado é responsável por promover encaminhamentos das famílias para diferentes setores (público, Terceiro Setor e iniciativa privada) com ações em diversas áreas, como educação, renda, moradia, entre outras. Unindo gestão humana e tecnologia, por meio de levantamento de dados e acompanhamento frequente, o Programa Decolagem é o primeiro programa de graduação da pobreza urbana do mundo, focado em favelas, com monitoramento em tempo real, que traz maior assertividade na tomada de decisão, influenciando as políticas públicas de combate à pobreza e ações intersetoriais. Outro programa será o Participação Social, que garante que as organizações parceiras e os moradores da Favela do Haiti sejam envolvidos em todos os processos do projeto.

Sobre “Por Um Mundo Melhor”

Em 2001, imbuído do pilar “Por Um Mundo Melhor”, o Rock in Rio assumiu o compromisso de conscientizar as pessoas para o fato de que pequenas atitudes no dia a dia são o caminho para fazer do mundo um lugar melhor para todos. Muito mais do que um evento de música, o festival pauta-se por ser um evento responsável e sustentável. Em 2006, tornou-se o primeiro grande evento a compensar a sua Pegada Carbônica. Em 2013, recebeu a certificação da norma ISO 20121 – Eventos Sustentáveis, um reconhecimento do poder realizador da marca que desenvolve diversas ações com vista à construção de um mundo melhor. Em 2016, foi anunciado o Amazonia Live, projeto socioambiental do Rock in Rio, presente nas edições do festival em todos os países onde o evento é realizado. Com o projeto, já foram plantadas mais de 4 milhões de árvores em mais de 2.6 mil hectares de floresta, com sementes coletadas por uma rede de coletores locais. Entre apoio do Rock in Rio e angariação de verbas pelos parceiros e público já foi investido mais de 5 milhões de reais no reflorestamento da região do Rio Xingu e apoiamos a restauração de mais de 4.2 mil hectares no projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia.

Para as edições de 2022, em Lisboa e Rio de Janeiro, o Rock in Rio reforçou o seu compromisso de ir ainda mais longe, anunciando um conjunto de metas de sustentabilidade até 2030 que visam aumentar o seu impacto positivo nos pilares social, ambiental e econômico. Dentre elas, capacitar 100 mil pessoas, ser 0% de lixo em aterro em todas as edições do festival, 50% de oferta de alimentação saudável e sustentável, envolver 100% dos stakeholders na sua política de sustentabilidade, ser um evento 100% acessível, inclusivo e plural, e garantir todas as condições de segurança, saúde e bem-estar adequadas a 100% dos envolvidos na construção da Cidade do Rock.

O festival também trabalhou para ser agente ativo na construção de um mundo melhor e levar esse pilar para qualquer lugar. Por meio da Rock World, empresa organizadora do festival, dentre as ações realizadas fora das cidades onde o Rock in Rio aportou, estão a construção de uma escola na Tanzânia, um centro de saúde no Maranhão, o já citado projeto Amazonia Live, instalou 760 painéis solares em escolas públicas, em Portugal, montou 14 salas sensoriais em ONGs portuguesas para atender jovens com deficiências, entre muitos outros.

A plataforma “Por Um Mundo Melhor” nasceu a partir do Rock in Rio e, hoje, é uma área consistente dentro da Rock World. O novo festival The Town, dos mesmos criadores do Rock in Rio, chega orientado pelos pilares de Sonhar e Fazer Acontecer e abraça o projeto, ao trabalhar sob uma visão de sustentabilidade que hoje é transversal a toda a organização.

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Geórgia Amorim
Geórgia Amorimhttp://estacaonerd.com
Formada em Produção Publicitária pela FMU, e em Eventos pelo Senac SP, redatora e fã de música eletrônica! <3 Posto umas besteiras lá no meu instagram @GeorgiaAmorim