ter, 18 novembro 2025

Crítica | Eddington

Publicidade

Eddington se passa em Maio de 2020, durante a pandemia de Covid-19. Na trama, uma desavença entre o xerife (Joaquin Phoenix) e o prefeito (Pedro Pascal) de uma pequena cidade do Novo México chamada Eddington rapidamente transforma o local em caos ao estalar um estopim. Vizinhos são colocados uns contra os outros, deixando para trás a serenidade e tranquilidade que aparentemente predominava na cidade.

O novo filme do diretor Ari Aster (Hereditário) conta com um grande problema: a falta de foco. Em 165 minutos Aster tenta conciliar diversos temas em uma única história e o resultado dessa escolha é confuso. A produção ambientada em Maio de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, transforma uma pequena cidade do Novo México em um barril de pólvora cultural e político.

O roteiro escrito pelo diretor cria um retrato paranoico e atual dos EUA, tecendo criticas ao governo Trump, ao negacionismo científico, aos perigos da desinformação, ao racismo velado da sociedade americana e as pessoas que usam da religião e fé para beneficio próprio. As críticas são relevantes, mas ao fazer tudo isso tendo como ponto de vista apenas um personagem a trama perde força e não diz nada. As situações, são tão reais (e absurdas) que arrancam boas risadas do público. A fotografia que aposta em planos abertos para mostrar o isolamento daquele período de tempo, acerta ao fazer isso.

Publicidade

De positivo resta a atuação de Joaquin Phoenix (Coringa), que carrega o filme nas costas e dá conta do recado, tendo uma atuação digna de Oscar. Os demais atores do elenco são desperdiçados na trama. Austin Butler (Ladrões) tem um arco irrelevante, que só incha a história e se fosse retirado do filme não faria falta, Emma Stone (Cruella) surge aqui e ali (muito bem) mas acaba sendo subaproveitada e Pedro Pascal (Quarteto Fantástico) que inicialmente surge como contraponto as ideias do personagem de Phoenix, mas depois perde a importância.

Eddington é uma sátira política disfarçada de faroeste que faz muito barulho e no fim não permite sequer uma reflexão. São tantos temas e tanto caos narrativo em cena, que tenta a todo tempo refletir a loucura da atualidade, que o filme se torna uma narrativa dispersa e confusa sobre o mundo atual.

Publicidade

Publicidade

Destaque

Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
Eddington se passa em Maio de 2020, durante a pandemia de Covid-19. Na trama, uma desavença entre o xerife (Joaquin Phoenix) e o prefeito (Pedro Pascal) de uma pequena cidade do Novo México chamada Eddington rapidamente transforma o local em caos ao estalar um...Crítica | Eddington