Ray Fisher revelou em entrevista a Forbes mais detalhes das condutas indevidas que ocorreram nas refilmagens de “Liga da Justiça” em 2017. Fisher reforçou suas denúncias e acusou os já citados envolvidos nas refilmagens, além de Toby Emmerich, presidente da Warner Bros. Pictures, de terem tido conversas racistas durante a produção, tendo inclusive cortado ou diminuído os papéis de atores não brancos no produto final.
“Antes do processo de refilmagens de ‘Liga da Justiça’, conversas abertamente racistas foram mantidas e entretidas – em várias ocasiões – por ex e atuais executivos de alto nível da Warner Bros. Pictures. Os tomadores de decisões que participaram dessas conversas racistas foram Geoff Johns, Jon Berg e o atual presidente do Warner Bros. Pictures Group, Toby Emmerich”, revelou Fisher.
O ator esclarece, no entanto, que isso não era algo que ele sabia durante o processo, e que só foi descobrir depois, através de fontes:
“Essas conversas foram relatadas a mim por pessoas que estavam na sala. E eu não fiquei ciente disso até depois que eu já tinha feito minha primeira denúncia sobre Joss Whedon”.
Representantes de Joss Whedon responderam à acusação, apontando que Fisher de fato não estava presente durante conversas do tipo, que, segundo o cineasta afirma, não existiram:
“O Sr. Fisher não tinha conhecimento de primeira mão para apoiar qualquer uma das alegações selvagens que ele fez sobre o Sr. Whedon e outros associados ao filme. Ele admitiu esta falta de conhecimento à Forbes quando afirmou que ele ‘foi informado’ dessas afirmações, sem identificar quem supostamente o informou, ou quando supostamente tomou conhecimento das informações sobre a alteração do tom da pele. Na realidade, nada disso aconteceu.”
A “alteração do tom de pele” citada se refere a uma citação original na entrevista, que foi posteriormente retirada. Nela, Fisher afirmava que Whedon havia embranquecido digitalmente atores não brancos porque “não gostava de seus tons de pele”. O representante de Whedon ainda comentou sobre o trabalho de colorização do filme, que não envolve só o diretor e sim várias outras pessoas:
“Como é padrão em quase todos os filmes, havia várias pessoas envolvidas na mixagem do produto final, incluindo o editor, pessoa de efeitos especiais, compositor, etc, com o colorista sênior responsável pelo tom, cores e clima da versão final. Esse processo foi ainda mais complicado neste projeto pelo fato de Zack ter filmado em filme, enquanto Joss filmou em digital, o que exigiu que a equipe, liderada pelo mesmo colorista sênior que trabalhou em filmes anteriores para Zack, reconciliasse os dois”.
A WarnerMedia segue em uma investigação interna para apurar os acontecimentos.
O ator agora está envolvido nas filmagens adicionais do “Liga da Justiça” de Zack Snyder.