qui, 19 dezembro 2024

Crítica | A Fera

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Os filmes de terror e suspense que mostram seres humanos como presas fáceis diante da fúria do mundo animal, ganhou mais uma produção para abrilhantar o gênero. A Fera, conta a história do Dr. Nate Samuels (Idris Elba), que após a morte de sua esposa, faz uma viagem à África do Sul com suas duas filhas. A família fica em uma reserva de caça de um amigo, mas à visita vira uma luta pela sobrevivência quando um leão feroz começa a atacar a área. 

Universal Pictures/ Divulgação

A Fera é uma produção que, inicialmente, começa como um drama que busca mostrar uma jornada de cura na relação de pai e filhas. A família sofreu um trauma gigantesco com a perca da mãe. O primeiro ato da produção busca mostrar isso na inquietude das ações das filhas em relação ao pai, que busca na viagem conseguir forças para remendar os laços estremecidos da família. Porém, o segundo ato é demasiadamente mirabolante e deixa tudo de lado, para focar totalmente suas atenções na luta pela sobrevivência da família, que precisa fugir de um leão, que é um sobrevivente da caça ilegal e, que vê todos os humanos como inimigos e deseja vingança…

O roteiro é o ponto fraco desta obra. Escrito por Ryan Engle (Rampage) a trama começa bem mostrando com desenvoltura os acontecimentos que levaram ao animal agir daquele modo e o ambiente onde a trama se passa, além de dar detalhes sobre o comportamento dos leões. O problema é que com o tempo as regras estabelecidas são usadas em prol das conveniências da história: quando necessário as regras criadas ajudam, quando não… Bom você sabe o que acontece. O animal é representado quase que como um Michael Myers de Halloween, um ser com sede de sangue e indestrutível. Na direção Baltasar Kormákur (Dose Dupla) prefere focar toda a sua atenção em criar belos planos sequência, que inserem o espectador na história, colocando a câmera sempre perto dos personagens e da ação, do que em construir justificativas para as ações dos mesmos. As cenas apresentadas são violentas (quando são mostradas). A direção prefere apostar na sugestão dos ataques revelando apenas o que aconteceu ou usando o som para estimular a imaginação do espectador. Os ataques quando mostrados são sanguinários. Os leões são, no geral, bem feitos em CGI, em especial nas tomadas em que eles aparecem de média e de longe. De perto os animais apresentam um tom plastificado, mas nada que atrapalhe a experiência.

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Idris Elba (O Esquadrão Suicida) e Sharlto Copley (Distrito 9) entregam interpretações convincentes e tentam carregar dar algum sentido a suas ações durante toda á trama. As crianças vividas por Leah Jeffries (REL) e Iyana Halley (Wayward), em especial Halley são retratadas como “aborrecentes” que tomam as piores decisões possíveis, para que o personagem de Elba as salvem. O que é um grande desperdício na trama.

A Fera é um entretenimento inofensivo para os amantes de terror com animais. Mesmo com uma boa fotografia e uma trama objetiva sobre sobrevivência, o filme carece de agressividade. Algo que pode ser fatal para um filme sobre animais assassinos.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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