seg, 4 novembro 2024

Crítica 02 | Wonka

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Geralmente o anúncio desse tipo de filme: um prequel, pode causar a sensação mais óbvia de “pra que?”, muito em conta desse esgotamento de ideias em Hollywood. Mas por incrível que pareça, Wonka, consegue transmitir uma honestidade e fantasia tão pura que quebra essa barreira do desnecessário. Tudo isso, muito em conta de seu realizador, Paul King.

Antes de se tornar a mente brilhante por trás da maior fábrica de chocolate do mundo, Willy precisou enfrentar vários desafios, como se estabelecer no mercado. Por isso, ele decidiu sair de casa para sempre e embarcou numa jornada fantástica. No caminho, conheceu seus fiéis e icônicos assistentes, os Oompa Loompas, mas também figuras que ameaçam sua construção de carreira.

E por mais uma surpresa, Paul King consegue entregar um filme que mescla essa fantasia, ingenuidade e perseverança dos sonhos em uma jornada adorável do personagem em início de carreira. O longa cativa logo de cada justamente por abraçar essa narrativa infanto-juvenil, porém sem beirar o bobo, apenas trabalhando esse olhar fantasioso do mundo que cerca Wonka. Basicamente Paul King traz frutos de seu trabalho anterior, “As Aventuras de Paddington”, nessa questão de trabalhar essa fuga da realidade, abraçar a fantasia. Algo que o cinema no geral tem se esquecido, principalmente Hollywood, sempre  buscando mais o “realismo”. Aqui não, ele nutre essa inocência do protagonista e seu amor pelo chocolate para realizar as performances mais exageradas e lúdicas do filme, utilizando o CGI da maneira mais honesta e direta possível, construir seu mundo de maneira mágica.

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E o filme ainda entra em pequenos detalhes do clássico filme de 1971, com Gene Wilder. Desde os clássicos trejeitos do personagem, como descer e subir as escadas novamente, até a clássica música “Pure Imagination” está presente durante toda a passagem da obra, com direito à uma boa encenação de Chalamet na canção.

E com o elenco escolhido a dedo, Wonka possui uma ótima escolha de atores. A nova versão de Willy Wonka, com Timothy Chalamet, calca um pouco os tiques do personagem clássico, mas mistura uma pureza que combina mais com a história proposta, o ator consegue entregar um grau de paixão do personagem pelo seu sonho, por mais que seja abaixo dos dois anteriores, onde uma percepção de esquisito era o maior diferencial. E o elenco de apoio é bem calculado, com destaques para a personagem Noodle que apresenta a subtrama mais agradável de se acompanhar até o fim. Fora isso, temos Olivia Colman extremamente engraçada e Rowan Atkinson( o Mr Been!)  com uma breve aparição. E claro, a nova versão dos Oompa Loompa, que permanecem com os mesmos arquétipos, porém com essa escolha de usar CGI e um ator diferente do habitual, é uma ideia ruim, porém o filme surpreende ao utilizar muito bem esse lado absurdo do personagem, e acaba até servindo de desculpa para a decisão.

Wonka se revela uma ótima surpresa para o final de 2023, é um filme com uma pegada infantil extremamente agradável para qualquer um assistir e se utiliza bem de suas duas horas de duração, por mais que não seja estritamente necessário. É um projeto surpreendente do Paul King, que felizmente consegue não cair no genérico imprimido dos atuais estúdios. Ele traz conforto, diversão, humor e principalmente: coração.

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Destaque

Geralmente o anúncio desse tipo de filme: um prequel, pode causar a sensação mais óbvia de “pra que?”, muito em conta desse esgotamento de ideias em Hollywood. Mas por incrível que pareça, Wonka, consegue transmitir uma honestidade e fantasia tão pura que quebra essa...Crítica 02 | Wonka