dom, 22 dezembro 2024

Crítica | A Casa do Dragão (Episódio 7)

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Legado é um poder estranho, ele não necessariamente conta quem você foi ou o que realmente aconteceu na vida real, mas é algo extremamente almejado nos personagens de A Casa do Dragão. Desde os mais no canto da trama principal como Corlys Velaryon, até aqueles que querem orquestrar tudo para criar um legado como Otto Hightower. Porém, como mostrado na série, o legado não é uma prova do que você fez e sim um relato, falso ou não, de nomes e histórias.

O sétimo episódio de A Casa do Dragão se passa inteiramente nos dias após a morte de Laena Velaryon. O luto pela personagem cuja estadia foi breve demais na série afeta parte do elenco coadjuvante, principalmente o seu irmão.

 Aqui é incrível ressaltar como o roteiro da série consegue, mesmo de maneira direta e com poucas nuances, montar a cena e dividir bem cada conflito. A cada linha de diálogo e acontecimento os personagens entram em uma dança narrativa espetacular em que cada um cumpre o seu papel na trama enquanto se movem através do cenário.

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Cumprir o papel também pode se dizer que é o maior fardo de Alicent Hightower, as dúvidas que Olivia Cooke levantou no episódio da semana passada sobre sua atuação foram todas retiradas. A atriz consegue nas poucas cenas que aparece apresentar todas as ressalvas de Alicent sobre Rhaenyra e o sistema que ela foi obrigada a tomar papel. Seu desabafo enquanto tentava desesperada esfaquear Rhaenyra mostrava cansaço e uma ambição alimentada pela revolta.

E sobre Rhaenyra, Daemon e a princesa finalmente conseguem ter sua reconexão, tanto emocional pela parceria dos dois, quanto sexual. Na caminhada da praia é intrigante observar como os dois se sentem confortável perto um do outro, se permitindo serem sinceros e falar livremente sobre as angústias dos pesos sobre eles. Tudo isso resultando numa cena de sexo que, diferente da cena da casa dos prazeres onde era um grito de luxúria, prazer e desejo, este exala o já citado conforto e intimidade de um com o outro.

O sétimo episódio de A Casa do Dragão fecha concluindo sobre o seu principal tema dessa semana: legado. Com o destino de Laenor Velaryon o dando uma liberdade, é refrescante poder ver um personagem Queer tendo tal liberdade de poder apenas viver após acontecimentos com outros personagens Queer no universo de Game of Thrones. No legado de Leanor, ele foi morto e será lembrado assim pela história, porém a realidade é que ele foi uma pessoa que viveu e que foi concedido a benção de ser livre do sistema que foi imposto sobre ele ao nascer.

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