A Jornada de Vivo é a mais nova aventura musical da Sony Pictures, distribuída pela Netflix. É mais uma obra em que podemos admirar todo o talento de Lin-Manuel Miranda, que aqui atua como compositor, letrista e intérprete do protagonista. Mais uma vez comprovando que se vemos o nome de Miranda, podemos ter certeza de que teremos excelentes quadros musicais.
Vivo é um simpático jupará, um pequeno mamífero tradicional da América Latina que, logo filhotinho encontrou Andrés (Juan de Marcos González) e se tornaram parceiros na vida e na música. O ponto de virada para essa jornada do herói é a morte de Andrés logo após ter recebido a carta de sua paixão da juventude, paixão essa que nunca pôde ser revelada. Então a motivação de Vivo passa a ser entregar a música que Andrés compôs para declarar seu amor à Marta Sandoval (Gloria Stefan na voz original).
A passagem de Vivo para os Estados Unidos é a Gabi (Ynairaly Simo), sobrinha de Andrés que também é apaixonada por música e se vê completamente perdida e solitária. O começo da relação é uma verdadeira bagunça, proposital é claro, onde ficamos com aquela sensação de que tudo vai dar errado mesmo já imaginando que no final tudo dará certo.
Assim como todo bom musical, muitas das emoções do filme são transmitidas através da música. Vivo e Gabi são muito diferentes, enquanto Vivo gosta de sua vida pacata, com o ritmo latino cheio do gingado de quem gosta de viver bem a vida. Gabi apresenta um rap em um ritmo muito mais frenético, com batidas muito mais fortes, intensas e caóticas como ela.
A jornada de Vivo ao lado da jovem Gabi é muito crua. O filme não enrola muito para nos mostrar a verdadeira personalidade de cada um dos personagens. Mas acaba se atropelando conforme vai jogando obstáculos para que os protagonistas superem e se aproximem logo.
A animação toda é muito bonita, com estética bem autêntica, cores vibrantes e envolventes. A Jornada de Vivo sabe muito bem brincar com seus próprios elementos, indo da animação 3D para a 2D com muita facilidade, deixando tudo ainda mais lindo.
É muito interessante ver um filme infantil mostrando as diferenças culturais de países tão opostos como Cuba e os Estados Unidos de uma maneira tão leve e natural. O longa não precisa se apoiar em estereótipos, ele apenas apresenta as diferenças deixando bem evidente como elas podem se completar. Sem falar no quão cativante o ritmo latino é, principalmente para nós brasileiros.
A Jornada de Vivo é uma animação muito bonita, com qualidade técnica impecável. Que mesmo se atropelando e sendo um pouco caótico em certos momentos, sabe como emocionar nos momentos certos. Uma história que sabe divertir tanto as crianças quanto os adultos.