qui, 25 abril 2024

Crítica | AIR: A História Por Trás do Logo

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AIR: A História Por Trás do Logo (Air) é baseado na incrível história real dos esforços do chefe da marca esportiva Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e de seu fundador, Phil Knight (Ben Affleck), para tornar a empresa uma das mais famosas do mundo, e escrever seus nomes na história. A dupla então tenta fazer com que a lenda em ascensão do basquete Michael Jordan endosse seus produtos, ainda na década de 1980, mesmo com uma poderosa concorrência no mercado.

Transmitir, através de uma linguagem cinematográfica que foge do rebuscado, abundoso de pretensões que visam acenar para o dinamismo narrativo, não simplório, mas suficientemente simples a ponto de beirar o explicativo óbvio, é um grande desafio de produções inspiradas em fatos que procuram estabelecer uma comunicação maior com o público, transmitindo, além dos acontecimentos verídicos, elementos que facilitem a identificação dos espectadores com a obra, como uma narrativa mais espontânea, boas atuações, uma trilha sonora que faça associação à época em que a história se passa e discursos poderosos. Ben Affleck consegue inserir de tudo um pouco em AIR: A História Por Trás do Logo, longa que transforma as burocracias da publicidade no mundo dos esportes em uma história acessível e até inspiradora.

Foto: Reprodução/Warner Bros.

AIR: A História Por Trás do Logo dispõe de um interessante método para atrair olhares e ouvidos, que é procurar não se identificar como uma cinebiografia de atleta ou empresário, nem mesmo como uma grande propaganda da principal marca que a produção representa, apesar de escorregar em notáveis situações e parecer, de fato, uma peça de marketing esportivo de 1 hora e 50 minutos de duração. Fora isso, toda a burocracia empresarial aqui é tratada com a mesma dinâmica que se vê em produções consagradas, como A Rede Social de David Fincher e A Grande Aposta de Adam McKay, direta e com um viés cômico. Em “Air”, Ben Affleck acerta dividir a trama no lado técnico, focando nas investidas da Nike em fechar um contrato com Michael Jordan, e no emotivo, focando na família do astro do basquete, sobretudo na mãe, Deloris, brilhantemente interpretada por Viola Davis, em mais um papel que reforça sua grandiosidade.

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Foto: Reprodução/Warner Bros.

A direção de Affleck procura fazer o melhor uso do texto dinâmico de Alex Convery que, mesmo com um extenso material para roteirizar, consegue resumir tudo em uma metragem aceitável, por mais que alguns segmentos tenham ficado técnicos até demais, prezando por uma linguagem comercial que pode estranhar um público não familiarizado. Mesmo com um tempo de projeção relativamente mediano, “Air” ainda assim arrasta sua trama, o que vai contra ao dinamismo inicial proposto, além de fazer o longa se perder de leve quanto a sua própria identidade. Felizmente, o ritmo é recuperado, e grande parte disso se dá pela direção metódica de Ben Affleck e o grande elenco que compõe a produção.

O quarteto Matt Damon, Ben Affleck, Chris Tucker e Jason Bateman esbanjam simpatia e uma caricatura saudável dos grandes responsáveis pelo surgimento do tênios Air Jordan, estando cientes da importância de seus papéis na trama, com destaque para Damon que é o grande responsável por guiar os 3 atos do filme. Com bons diálogos, apesar de discursos que batem de frente com clichês dos valores norte-americanos, o elenco é bem conduzido e distribuído na trama.

A ambientação na década de 1980 é construída com esmero, destacando figurinos, veículos e as campanhas de marketing da época, que aparecem demasiadamente ao longo da projeção. Aiás, há um notável apelo para o saudosismo, o que é compreensível para retratar como funcionava o mundo dos negócios há quase 40 anos, mas o excesso de elementos que caracterizam o lado nostalgico do longa chega a ser massivo.

Por fim, mesmo procurando não agir como uma biografia, nem mesmo como uma grande propaganda da Nike, AIR: A História Por Trás do Logo acaba assumindo, involuntariamente, ambos os papéis, mas de maneira positiva. Sem endeuzar o atleta, o longa mostra como a estratégia de Michael Jordan em expandir a marca Air da Nike foi importante, não só para o mundo dos esportes, para como uma forma de conscientização social, abrindo portas e dando novas oportunidades.

A imagem do astro do basquete “voando”, que substitui a tradicional logomarca presente nos tênis Nike, passa a ter um sentido ainda mais bonito e necessário,

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