sáb, 27 abril 2024

Crítica | As Bestas

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As Bestas se trata de um filme que retrata de maneira crua o verdadeiro terror social. Uma situação infelizmente comum e possivelmente encontrada em qualquer região minimamente povoada. O diretor Rodrigo Sorogoyen busca passar toda uma angústia e tensão criando desde os pequenos momentos da primeira parte do filme, até o derradeiro clímax de conflitos entre seus personagens.

Um casal francês de meia-idade se muda para um vilarejo em busca de proximidade com a natureza. No entanto, a presença do casal ofende dois habitantes locais e a situação sai de controle levando à hostilidade e violência.

E o longa acompanha justamente esse conflito de interesses, preconceitos, personalidade e até territorial. Uma crescente que vai trabalhando aos poucos os pequenos gestos maldosos, até chegar em níveis fora do controle. Um retrato (revelado no próprio título) de que quando o ser humano é envolvido do puro ódio, inveja e alimentando a mais pura natureza de um animal, ele é capaz de coisas horríveis pelos próprios interesses.

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É um conflito alimentado por essa xenofobia, causada pelo novo habitante francês que habita aquela região pacífica e pouco povoada do interior da Espanha. Mas também o conflito de interesses, enquanto Antoine e sua esposa buscam aquela região para viverem uma vida pacífica e reconstruir o território justamente para atrair novos habitantes, já os moradores antigos, em especial Xan e seu irmão Loren, ficam interessados na proposta de uma multinacional em comprar as terras e construírem Turbinas eólicas, uma oferta quase irrecusável para os habitantes da região. O casal francês não demonstra interesse algum nessa proposta, e assim surge esse conflito mesclado a xenofobia com seus vizinhos.

O longa brilha ao entregar cenas como a conversa pontual de Antoine com os dois vizinhos, ao dividirem um pouco de motivação de cada um, pausando um pouco daquele conflito absurdo e criminoso realizado dos espanhóis contra o francês para entendermos os objetivos de cada um. O filme trabalha muito bem isso, não chega a passar pano ou defender, mas consegue mostrar um discurso carregado de angústia de moradores cansados de morarem, trabalharem e viverem naquela região, algo totalmente contrário do objetivo do casal francês.

As Bestas é um retrato intenso dessa complexidade humana que beira o animalesco, quando somos confrontados e levados ao limite. O filme apresenta um clímax excelente que só passa mais angústia e injustiça do que já tínhamos visto até então. E a obra ainda nos reserva uma meia hora surpresa com mais conflitos humanos e um excelente trabalho sobre a solidão humana. É um obra que você se permitindo embarcar nesse longa jornada de angústia, injustiça e muita, muita reflexão- acaba se tornando uma baita história facilmente encontrada no cotidiano.

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