qui, 25 abril 2024

Crítica | Dahmer: Um Canibal Americano

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Dahmer: Um Canibal Americano é uma série criada por Ryan Murphy (American Horror Stories) que analisa os crimes cometidos por Jeffrey Dahmer e os problemas que permitiram que um dos maiores serial killers dos Estados Unidos continuasse agindo com total impunidade ao longo de mais de uma década. A produção é estrelada por Evan Peters (WandaVision) e já está disponível na Netflix.

O novo true crime da Netflix foi produzida a partir dos depoimentos, das informações que constam nos autos do processo, além de se inspirar em livros sobre a vida de Jeff Dahmer. Com tantas fontes o roteiro escrito por Ryan Murphy e Ian Brennan (Scream Queens) tenta ser o mais abrangente possível mostrando as motivações de Dahmer para cometer os crimes, o seu modus operandi, as falhas cometidas pela polícia, sua prisão e julgamento. Para dar dinamicidade a história, a direção opta por intercalar diversos momentos da vida do jovem, enquanto se aprofunda na mórbida jornada. Essa decisão narrativa dura até o sexto episódio, que são inteiramente focados em mostrar o perfil psicológico e os crimes de Dahmer. Já os demais episódios rompem com a proposta inicial e focam nas consequências de sua prisão e a repercussão do caso. Uma decisão que se mostra acertada e que consegue com êxito mostrar quem foi o homem que se tornou um monstro.

O que não funciona é a repetição exaustiva das justificativas que o personagem possui para cometer seus atos desprezíveis. Situações como ver Jeff TODAS às vezes clamando para não ser abandonado por suas vítimas, poderiam ser deixadas de lado. Afinal o espectador já viu nos flashbacks que ele sofreu com o abandono dos pais e como isso o afetou. Isso e outros elementos da narrativa poderiam ser abordados de maneira mais sutil e não repetida a esmo. Por fim, a série possui uma classificação voltada para maiores de 18 anos, que não é justificada. Os detalhes dos crimes de Dahmer são constantemente exibidos de modo que o espectador tem que usar a sua imaginação para concluir o que houve, sendo que as cenas de violência exibidas são mais sugestivas do que explicitas.  

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Mesmo mostrando as justificativas para os crimes, a produção nunca quer que o espectador simpatize com Dahmer. Afinal, essa é a história de um homem que matou, mutilou e devorou 17 homens e garotos, entre 1978 e 1991. Questões como usar o benefício de ser branco e gay, são exploradas com êxito nos episódios. Afinal, Jeff aprendeu com o tempo que a polícia fecha os olhos para as transgressões atribuídas a alguém com seus atributos e que repetir frases como “coisas gays” ou “somos homossexuais” afastam os policiais. Diversas denúncias foram feitas, mas a grande maioria foi ignorada e as falhas cometidas são mostradas sem medo.

A obra tem alguns apuros técnicos de destaque, em especial a fotografia, que com o passar do tempo vai se tornando mais escura, indicando o caminho sombrio que Jeff Dahmer seguiu. Além disso, Evan Peters consegue criar uma performance perturbadora que deve dar um frio na espinha do espectador, em especial, no primeiro episódio que é banhado em tensão.

Dahmer: Um Canibal Americano é um true crime que conta com uma atuação SENSACIONAL de Evan Peters e mesmo com alguns tropeços aqui e ali, em sua extensa narrativa, consegue contar a história de um dos maiores assassinos americanos do século com êxito.

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Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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