sáb, 7 setembro 2024

Crítica | Deadpool & Wolverine

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É engraçado pensar o quão previsível é esse filme em relação aos seus arquétipos e sua inexistente construção da história. Sim, estamos falando do personagem mais sem noção da Marvel, o Deadpool, porém os outros dois filmes ao menos construíam uma história minimamente simples para o personagem demonstrar por meio dela suas manias, motivações e ideias absurdas. A história é algo praticamente inexistente aqui, ao menos a diversão é encontrada.

Wolverine está se recuperando quando cruza seu caminho com Deadpool. Juntos, eles formam uma equipe e enfrentam um inimigo em comum. O filme é completamente honesto, seja pelo lado bom ou negativo. É um verdadeiro parque de diversões, como diria Scorsese, um passeio entre referências, personagens, mundos e momentos que marcaram o cinema de herói(o bom e o ruim). De todo um modo, isso acaba sendo o principal problema do filme pela ausência gritante de um história coesa, porém alguma diversão é possível de se retirar ao longo dos 127 minutos.

É divertido ver as interações, ideias e piadas vindas de Ryan Reynolds quanto o universo Marvel, a atual fase, e futuros improváveis do estúdio. É certo que com o personagem vão existir piadas excessivas, fora do tom ou apenas sem graça. O tempo afastado do personagem devido a venda da Fox para a Disney tenha feito algum bem para não saturar o mesmo, porém a preguiça quanto o trabalho é notória, ainda mais o mal momento do estúdio, que vende este filme como uma espécie de salvação devido escolhas ruins. Exemplo disso é precisar de cinco pessoas para escreverem o roteiro da obra, isso demonstra os diversos direcionamentos impostos pelo filme.

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Não tem muito segredo, ele se sustenta nas surpresas, nas referências, nas aparições extras. Se o público não estiver com vontade e querer algo a mais, vai se sentir totalmente frustrado. A graça aqui é embarcar na diversão inofensiva mascarada por uma extrema violência e palavrões bonitinhos que os adolescentes acham incríveis.

O problema persistente do estúdio em construir cenários totalmente secos aos olhos permanece. Em cenas como referências ao Western de uma maneira porca ou até mesmo uma cena final de batalha bastante parecida com Guardiões da Galáxia 3 (não por acaso).

O ator principal, Ryan Reynolds, permanece naquele arquétipo já interpretado em inúmeros papéis. A diferença é que seu papel que mais funcionou é justamente esse. Ele parece bem a vontade e é nítido seu gosto pelo personagem, já demonstrado nos filmes anteriores. Apesar de alguma repetição aqui ou ali, o ator entrega a química já esperada com Hugh Jackman e as performances(principalmente de máscara) entregam uma ação minimamente divertida.

É um problema pensar que o filme usa essa auto consciência para desviar problemas nítidos do filme quanto exposição desnecessária ou preguiça em desenvolver algo. Enquanto o filme anterior se usava dos poderes dos personagens, o caso da Dominó descobrindo a senha por conta do seu poder de sorte, e o próprio Deadpool ironizar o roteiro de utilizando dessa trapaça para concluir seu problema é muito mais criativo do que o mostrado aqui.

Deadpool & Wolverine é completamente honesto com sua proposta. Ele quer enganar seu público ao mascarar seus defeitos se utilizando das próprias regras, isso desde participações especiais, referências e piscadinhas já conhecidas do estúdio. A sua falta de narrativa ou uma história pode desagradar quem procura algo mais interessante, além desse universo já estabelecido da Marvel. É um filme montanha russa, como já mencionado antes, porém isso não impede de achar uma diversão básica nessas duas horas.

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