Em Detetive Alex Cross, um brilhante detetive utiliza seus estudos de psicologia para tentar decifrar casos de assassinatos a partir da psique dos suspeitos. Depois dos longa-metragens protagonizados por Morgan Freeman e Tyler Perry, a renomada coleção de livros de suspense de James Patterson ganha uma nova adaptação. Na versão seriada, Alex Cross, interpretado por Aldis Hodge (Adão Negro), é um detetive genial que utiliza técnicas da psicologia forense para analisar a mente dos suspeitos de seus casos. Ele vive perseguido pelo trauma causado pela morte da esposa e mantém uma verdadeira vida dupla, sendo um pai presente e amoroso em casa, mas à noite é um policial obstinado por caçar assassinos.
A narrativa mescla bem a investigação de um caso com o desenvolvimento da vida emocional de Cross e cria uma balanceada tensão entre seu papel profissional e os desafios familiares. Qual deveria ter sua maior atenção? Sua família ou suas obrigações?
A trama é desenvolvida em um ritmo agradável, temos tempo para conhecer o vilão Fanboy, a sua origem e sua motivação, assim como as dores que consomem o protagonista, além dos coadjuvantes que tem importância na história. Nada é apresentado sem ser desenvolvido é a narrativa é envolvente. Os momentos de tensão causam agonia e cada episódio guarda uma surpresa, que deixa um gancho pertinente a trama. Por fim, alguns temas relevantes como racismo estrutural e corrupção são abordados de modo sutil, mas eficiente.
Se na investigação criminal a série desenvolve bem o suspense, o mesmo não pode ser dito sobre as questões pertinentes ao luto e dores do personagem. Aldis Hodge (Adão Negro) é um ator de uma nota só e não consegue entregar uma carga emocional que consiga mostrar toda a vulnerabilidade que o personagem exige. Sua química com demais personagens é boa, mas no drama o ator deixa a desejar. Já Isaiah Mustafa (It – Capítulo Dois) se saí melhor, o ator surge para ser um porto seguro ao personagem protagonista.
A série utiliza um visual sombrio, que ajuda o espectador a imergir no ambiente tenso e ameaçador em que os crimes acontecem. A direção não caí na tentação de usar certos closes dramáticos e aposta em uma paleta de cores excessivamente saturada, o que pode gera incomodo.
Detetive: Alex Cross é uma adaptação competente e bem executada sobre um icônico personagem. A trama se sustenta com um bom elenco e uma narrativa instigante que mantém o espectador interessado. Que uma segunda temporada chegue logo para saciar nossa sede de mistérios e tramas policiais.