A Pixar é conhecida mundialmente por contar histórias espetaculares e muito criativas. Porém, desde da pandemia, o estúdio não vem apresentando uma safra boa de produções nos cinemas. Lightyear e Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, são os exemplos dessa safra ruim que o estúdio vem apresentando ao público. Elementos, novo lançamento da Pixar, vem para mudar o jogo ou para consolidar essa crise criativa? A resposta você encontra aqui.
Sem muito suspense, o novo filme da Pixar é bom, porém é inegável que poderia ser melhor. A trama do filme é simples: Em uma cidade onde os habitantes de fogo, água, terra e ar convivem, uma jovem mulher flamejante e um rapaz que vive seguindo o fluxo descobrem algo surpreendente, porém elementar: o quanto eles têm em comum. Como de praxe, o famoso estúdio constrói seu argumento baseado em ideias pra lá de criativas e aqui apresenta um interessante exercício de pensamento: e se os elementos fogo, água, terra e ar fossem sencientes? E se os opostos – fogo e água – se apaixonassem? O roteiro de Elementos desenvolve com folga esse tema e cria boas situações, mas se complica ao adicionar alguns assuntos, que não são tão bem desenvolvidos. Questões como choque cultural, racismo sistêmico (que pode ser visto na infraestrutura da cidade) e a expectativa que os pais (em especial, os imigrantes) colocam nos filhos são abordados, mas não tão bem desenvolvidos durante a história de amor do casal protagonista.
O povo do fogo pode ser visto como imigrantes que vem da Ásia, Oriente Médio e África. Já o povo da água são apresentados como os privilegiados (leia brancos). Quando a produção explora as diferenças entre os povos, o filme tem seus melhores momentos. Mas a produção prefere deixar isso de lado e apostar em no romance. Verdades em relação a discriminação e xenofobia são facilmente identificáveis pelo público adulto, mas são muito suavizadas. O que é uma pena para a história e para os pequenos que poderiam aprender mais sobre respeitar as diferenças.
Elementos é esteticamente perfeito! A construção da cidade é RIQUÍSSIMA EM DETALHES. A fotografia é vívida e repleta de luzes que criam nuances que amplificam o que vemos em cena. Além disso, a produção tem uma boa montagem que faz a história fluir de modo orgânico e sem atropelos.
Elementos é um bom filme da Pixar e pode servir como retomada aos bons momentos do estúdio, que ao criar obras como Toy Story, Soul, Viva, Divertidamente e tantos outros filmes entrou em um patamar elevado de qualidade. O filme mostra que potencial para retomar aos tempos de glória, a Pixar tem e de sobra!