sex, 22 novembro 2024

Crítica | Enola Holmes

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Sherlock Holmes é um personagem de ficção da literatura britânica criado pelo escritor Sir Arthur Conan Doyle. O enigmático personagem já ganhou diversas adaptações no cinema e em séries de TV. Em 2020 o sobrenome Holmes continua em alta, porém o protagonista é outro, digo a protagonista é outra. Prepare-se para conhecer e se apaixonar por Enola Holmes, irmã caçula do maior detetive do mundo, que acaba de ganhar um filme original na Netflix.

Foto: Netflix / Divulgação

Enola Holmes é baseado numa série literária infanto juvenil de mesmo nome, escrita por Nancy Springer. O longa conta a história de Enola, jovem que no dia do seu aniversário de 16 anos descobre que a mãe (Helena Bonham-Carter) desapareceu, deixando para trás alguns presentes enigmáticos e um grande mistério sobre seu paradeiro. Agora sob os cuidados dos seus irmãos Sherlock (Henry Cavill) e Mycroft (Sam Claflin), ela decide fugir para Londres em busca da mãe. O primeiro destaque positivo da trama é a escolha de Millie Bobby Brown (Stranger Things) para viver a personagem título. A atriz encanta e dá um show de atuação, mostrando inteligência, esperteza e, sobretudo, uma capacidade de resolver os mistérios da trama, no melhor estilo Sherlock Holmes. Além disso o roteiro escrito por Jack Thorne (Extraordinário) acerta em colocar a personagem principal da trama como narradora e, ainda por cima, conversando diretamente com o espectador quebrando a quarta parede e nos fazendo de cúmplice na sua aventura.

Porém o mesmo roteiro que encanta, também desliza em seu foco. Inicialmente temos uma visão que no meio da história é abandonada completamente, e, no fim, retorna para ele só para dizer “que o mistério foi resolvido.” Essa perca de foco deveria ser amenizada nos 120 minutos de duração, mas o longa acaba se atrapalhando.

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O diretor Harry Bradbeer (A Is for Acid), faz uma abordagem alegre com o seu material. Usando uma personagem socialmente desajeitada que não se sente nem um pouco desconfortável diante das câmeras para cativar o público. O longa ainda usa o feminismo como plano de fundo para a jornada de Enola (usando a Lei de Representação do Povo da Grã-Bretanha de 1884 como fator importante para o filme). O filme assim aborda questões de igualdade de gênero de modo contemporâneo e cativante.

Foto: Netflix/ Divulgação

Outro destaque são as animações usadas na forma de flashbacks e em alguns momentos de transição. Temos um ou dois erros na montagem, mas nada escandaloso ou que vá incomodar o espectador. Um fato que chama a atenção é que como detetive Enola faz suas descobertas: Elas são baseada em sua memória ou de suas emoções para orientá-la, mais do que pela observação. Isso é um fato curioso que não parece ser proposital, mas não irá atrapalhar a diversão.

As demais atuações do filme são boas dentro do espaço a elas reservadas. Sam Cliffin (Como Eu Era Antes de Você) no papel de Mycroft, consegue ser desprezível no ponto certo, Henry Cavill (The Witcher) aparece pouco, mas convence no seu papel Sherlock. Helena Bonham Carter é desperdiçada na trama, pois o seu arco foi esquecido pelo roteiro, o que prejudica seu desempenho.

Foto: Netflix/ Divulgação

Não precisa ser nenhum gênio da dedução para ver que Enola Holmes é uma aventura divertida e bem humorada, que representa uma nova heroína com mentalidade independente para o público jovem.

Que a Netflix traga mais aventuras de Enola Holmes para a telinha em breve!

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Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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