sex, 3 maio 2024

Crítica | Garra de Ferro

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O cinema tem o poder de transformar histórias de nicho ou pouco conhecidas do cenário mundial em verdadeiras obras da mais pura emoção, e facilmente capazes de  pegaram qualquer um minimamente interessado em uma jornada pra lá de curiosa. Esse é o caso da família Von Erich, composto por famosos lutadores texanos que fizeram parte do famoso Wrestling (ou luta livre) entre o final dos anos 70 até meados da década de 90. E o maior feito de Garra de Ferro é justamente quebrar essa barreira de um ambiente bastante específico do esporte e conseguir agarrar o público pela história pesada e emocionante.

A história dos inseparáveis irmãos Von Erich, do Texas, que fizeram história no mundo do Wrestling profissional do início da década de 1980. Através de triunfo e tragédia, na sombra do pai e treinador muito exigente, eles buscaram construir uma história única de prestígio no esporte.

E o longa realmente constrói uma história interessante de se acompanhar, ele cria todo esse clima e cenário característico da época, seja pelo retrato icônico do Texas, tanto das pessoas, atitudes e gostos específicos, como era a luta livre. Mas também nos apresentar de forma orgânica esse núcleo familiar dos Von Erich,  as características de cada membro da família, seus objetivos, defeitos, perdas. É o PESO que o filme consegue estabelecer muito bem, desde as cobranças do legado da família no esporte até aquela representação de um ambiente altamente tóxico envolto do relacionamento do pai com seus filhos. As constantes falas de Fritz pedindo para eles se tornarem mais fortes, mais resistentes, mais perseverantes; um peso desnecessário que é colocado para figuras tão jovens em um esporte tão competitivo.

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E o filme faz um contraponto com esse lado pesado ao retratar a relação de amor entre os irmãos, que é composta da mais genuína união e companheirismo entre eles. É um equilíbrio que agrega muito com o filme, desde as cenas de treinamento; as lutas icônicas da família; toda essa parte estabelece muito bem o quem foram esses lutadores/irmãos. Não só por isso, mas os detalhes apresentados fazem a diferença, a explicação do golpe de finalização “garra de ferro” e todo sua utilização ao longo do filme são interessantíssimas, causando um profundo impacto ao seu último ato. E também o lance de maldição visto pelos membros da família com o famoso sobrenome “Von Erich”, trocado pelo pai quando mais novo, e usado pelos filhos como justificativa de todas as consequências ruins e azares durante boa parte da vida da família.

Quando a obra precisa começar a desenvolver seus impactos emocionais, principalmente no terceiro ato, o filme consegue sustentar muito bem seus acontecimentos. O peso que é construído com aquela família é altamente sentido, e na hora de quebrar uns vasos, o longa se saí bem. E isso é mérito do grande elenco do filme, uma atuação surpreendente de Zac Efron ao funcionar como o personagem que caí tudo sobre ele, e conforme o filme avança vemos o olhar de angústia e desespero com sua família sendo destruída de dentro pra fora.  Já os demais irmãos, interpretados por Jeremy Allen White, Harris Dickinson e Stanley Simons conseguem entregar muita paixão e competitividade entre eles, funcionando de maneira ótima no quesito de pressão psicológica impostas durante suas jornadas. E todos funcionam com retrato inquestionável de uma época, o físico de Zac e Jeremy merecem um elogio à parte.

Garra de Ferro consegue chegar aí seu final com um melodrama digno de se acompanhar, e mesmo que acabe pesando a mão em um cena específica envolvendo algo até divino/ espiritual pra lá de desnecessário com a narrativa do filme, ele consegue emocionar. É uma história tão inacreditável que impacta mais ainda sabendo da veracidade dos eventos, e como uma pressão familiar envolta de um pensamento tóxico masculino é capaz de praticamente destruir pessoas. Um ótimo trabalho do diretor Sean Durkin e uma baita adição do Wrestling ao cinema.

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