Em Kraven – O Caçador, acompanhamos a história de origem de um dos vilões da franquia Homem-Aranha. De origem russa, Kraven (Aaron Taylor-Johnson) vem de um lar criminoso e de uma família de caçadores. Seus poderes nascem de uma força sobrenatural e super humana que o faz um oponente destemido e habilidoso. A relação complexa com seu pai Nicolai Kravinoff (Russell Crowe) o leva para uma jornada de vingança e caos para se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores de sua linhagem. De frente para questões familiares, Kraven mostra sua potência nesse spin-off.
A linda sinopse não é replicada na prática. O mais recente filme da Sony baseado no universo do Homem-Aranha, acaba por ser uma grande decepção. A sinopse promete trazer para as telonas um dos vilões mais emblemáticos dos quadrinhos e o que vemos na realidade é a origem de um personagem confuso e desinteressante. A produção que conta com direção de J.C. Chandor (Até o Fim) erra em diversos aspectos, mas um dos maiores erros se dá na reinterpretação da origem do personagem. Ao invés de manter as características clássicas de Kraven, um caçador imbatível e orgulhoso, o filme decide mudar completamente sua história de fundo, transformando ele em algo completamente diferente do que os fãs conhecem. A mudança fragiliza a construção da história do vilão e torna sua origem como futuro inimigo do Homem-Aranha, algo difícil de aceitar.
O roteiro, por sua vez, é uma verdadeira bagunça. As motivações dos personagens são mal desenvolvidas, e o filme se perde em uma trama cheia de idas e vindas e nunca empolga. Quando parece que irá desenvolver algo relevante, o filme se perde. Até a relação entre os personagens é mal desenvolvida. A narrativa se desenvolve com várias cenas desconexas e os diálogos… Jesus, são forçados e vergonhosos gerando risadas de constrangimento. O elenco é prejudicado pelo texto. Aaron Taylor-Johnson (O Dublê) faz cara de malvado e convence como caçador nas cenas de ação. Russell Crowe (Thor 4) está numa sintonia totalmente diferente do elenco e Ariana DeBose (Wish: O Poder dos Desejos) acaba sendo desperdiçada na trama.
A montagem é desleixada e prejudica ainda mais o envolvimento do espectador com a história. De positivo é necessário citar as cenas de ação cenas de ação, pena que elas são poucas e as melhores estão no trailer do filme. O CGI é eficaz e a maioria dos animais apresentados são muito bem feitos. As cenas de combate, embora muitas vezes exageradas, são agradáveis. Os efeitos visuais, infelizmente, não são bons o suficiente para salvar o filme.
Kraven – O Caçador prometeu muito e entregou pouco. A mudança da origem do vilão, o roteiro confuso e a montagem ruim são indefensáveis e só servem para mostrar como a ideia do universo de vilões do “Miranha” foi mal planejada e executada.