dom, 28 abril 2024

Crítica | Lift: Roubo nas Alturas

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Em Lift: Roubo nas Alturas, nova comédia policial da Netflix, o ladrão profissional Cyrus Whitaker (Kevin Hart) e sua equipe são contratados pela inteligência britânica para roubar meio bilhão de dólares em barras de ouro em um avião de Londres a Zurique, evitando que a fortuna seja transportada para um grupo terrorista.

Que a escassez de inventividade e até mesmo do compromisso para com o desenvolvimento de produções de ação vem comprometendo filmes originais Netflix deste gênero, todos já sabemos e, honestamente, deixou de surpreender há um bom tempo. Ao que parece, a carência de ideias e da iniciativa em entregar, no mínimo, um resultado divertido, mesmo que nos moldes de uma irritante mesmice que poderia se sustentar ao menos na cenas de ação e com personagens carismáticos, vem tomado proporções drásticas, a ponto de nos fazer cogitar na lamentável ideia de “lavagem de dinheiro”, ou algo ainda mais bisonho. Lift: Roubo nas Alturas, por outro lado, até tenta chamar atenção com seu numeroso elenco de artistas bem requisitados e queridos pelo público, mas não deixa de lado essa ideia de relapsitude por parte da produtora.

Partindo de uma paupérrima premissa de filmes de roubos mirabolantes e amarrotados de esquemas e explicações técnicas que o mais leigo do espectador, deslumbrado por esse tipo de clichês, consegue engolir sem questionar a procedência do produto, Lift: Roubo nas Alturas não utiliza o genérico a seu favor, sequer reconhece sua precariedade narrativa a ponto de utilizar isso para desenvolver um humor ácido (há lamentáveis tentativas de reproduzir a acidez do humor britânico, dignas de causar vergonha alheia), ou criar situações genuinamente engraçadas para seus tantos personagens desprovidos de carisma. Para ser justo, é possível extrair uma discreta simpatia do protagonista de Kevin Hart e da agente federal interpretada por Gugu Mbatha-Raw, Abby, que realizam manobras surpreendentes para estabelecer uma boa química de casal e superar o roteiro sem compromisso de Daniel Kunka (12 Rounds), que se ocupa em simplesmente jogar personagens em excesso na trama, sem lhes atribuir o mínimo de desenvolvimento.

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Imagem: Netflix/Reprodução

Preguiçoso e desprovido de qualquer originalidade, o roteiro ainda parece desmotivar o grande elenco de Lift: Roubo nas Alturas. Mesmo desempenhando trabalhos que tentam subverter a má escrita, Kevin Hart e Gugu Mbatha-Raw parecem não ter energia para levar o trabalho adiante, ficando evidente que carregar o filme nas costas não era algo que os artistas estavam almejando realizar. Outros nomes no elenco, como Vincent D’Onofrio, Úrsula Corberó, Sam Worthington e até o astro Jean Reno, sofrem com o descompromisso do longa para com seus personagens.

Com cenas de ação internas até bem coreografadas, porém atrapalhadas com uma edição nervosa, repleta de cortes seguidos, que atrapalham a compreensão do que está sendo exibido em cena, Lift sofre com uma condução pouco inspirada do experiente realizador F. Gary Gray (Uma Saída de Mestre), que se mantém apoiado na sua zona de conforto ao dirigir, de forma dinâmica e sem novidades, um grande roubo, seguido de um grande problema que culmina em um grande resgate. Na falta de sequências de ação realizada sob efeitos práticos, que não estão em predominância no filme, entram em cena trabalhos questionáveis de computação gráfica feita às pressas.

Lift: Roubo nas Alturas é mais uma reciclagem da mesma ideia utilizada pela Netflix para seus filmes de ação, comprovando a falta de compromisso do estúdio com esse gênero que precisa urgentemente se reinventar no streaming.

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