O cinema é uma das artes mais inspiradoras que existem no mundo. Quando assistimos uma produção no cinema ou em casa, nós sentimos algo por causa da mensagem ou da proposta que a produção possui… Mas o que fazer se o filme se perde em suas próprias ideias e não tem uma mensagem definida ou a mensagem se torna tão complexa que perde o sentido? Aceitar a frustração pelo tempo perdido é o mais indicado e, infelizmente, Mãe x Androides é um filme que se perde na sua complexa mensagem, nas suas próprias ideias e, possivelmente, te deixará chateado.
A trama do filme segue Georgia (Chlöe Grace Moretz), uma jovem que tenta escapar de seu país ao lado do namorado (Algee Smith) enquanto os humanos iniciam uma guerra contra uma poderosa inteligência artificial. Juntos, o casal tenta correr contra o tempo para abandonar o campo de guerra e dar uma vida digna ao bebê que estão esperando. O filme poderia ser considerado um conto de natal tecnológico se não fosse o roteiro xoxo e a falta de objetividade dessa trama que nunca empolga. Não acredita? Confere só: Na história temos uma jovem com quase nove meses de gestação que está em um território hostil indo para Boston, essa mulher precisa enfrentar os antagonistas que são robôs conscientes e o resultado de tudo isso é um grande sacrifício em prol da humanidade… Agora troque Boston por Belém, robôs por romanos e coloque essa história no passado e não num futuro distópico. O principal problema para compreender essa mensagem se encontra no roteiro e na direção pouco inspirada de Mattson Tomlin (Project Power) que se perde no que queria dizer e apresenta personagens desagradáveis e um texto que pode causar sono de tão sem graça. O filme nunca usa a gravidez em prol da narrativa e prefere focar o tempo na fuga desenfreada dos protagonistas dos robôs que estão fazendo uma revolução.
Por falar em robôs, eles aparecem na introdução e somem do filme até o fim do segundo ato, onde retornam só para mostrar que são malvados… Os efeitos especiais usados são de baixo orçamento e a maquiagem/CGI usada nas máquinas é fraca demais, exigindo muita boa vontade do espectador em comprar a ideia de que aquilo que vemos em tela é um androide. Pra piorar o roteiro não aborda a questão de como a revolução começou, nem desenvolve as motivações por trás desse acontecimento e nem os personagens. Com isso, não nos importamos com a dupla protagonista, logo tampouco com a sua jornada e o seu destino.
Para não dizer que tudo é terrível, as cenas de ação são corretas e o plot do filme é interessante. A atuação de Moretz (Carrie, A Estranha) é o ponto do alto da produção, a atriz incorpora com maestria todo o estresse físico e mental que uma situação como essa pode causar e o momento mais tocante da obra, só funciona devido a ela. Pena que isso já acontece no fim da obra e já não estamos tão envolvidos com o filme e nem com a mensagem.
Mãe x Androides é um filme que possui um título ruim, uma proposta confusa, um desenvolvimento frustante e que se não fosse a presença de Moretz já seria considerado o pior filme de 2022 na Netflix. Que janeiro traga dias e filmes melhores.