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Início Críticas Crítica | Maligno (Malignant)

    Crítica | Maligno (Malignant)

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    James Wan é um dos cineastas mais talentosos, inventivos e criativos da atualidade! Essas qualidades o fizeram ser um dos diretores mais conceituados no gênero do terror. Wan é o criador de franquias como Jogos Mortais, Sobrenatural e Invocação do Mal, que são obras com conceitos e propostas muito diferentes entre si. Imagine então, como seria uma junção de todos esses projetos? A resposta para essa pergunta inusitada está em Maligno (Malignant), novo terror que deve fazer a alegria dos fãs do gênero e dos fãs do cineasta, que ousa como se não houvesse amanhã na sua nova história.

    Warner Bros./ Divulgações

    A sinopse de Maligno é instigante. Na trama vemos que Madison sente-se paralisada por visões chocantes de assassinatos horríveis, e tudo piora à medida que ela descobre que estes sonhos estão, de fato, acontecendo. Um fato que pode decepcionar alguns é que, o novo filme de James Wan não possui muitos sustos, os conhecidos jump scare, e nem muita tensão. O diretor prefere investir na construção de um terror psicológico e no desenvolvimento do mistério, usando aqui e ali quando necessário, a violência gráfica para chocar o espectador. Se o diretor peca pela falta de sustos e tensão, ele compensa no mistério da situação, afinal O QUE P*rr#! tá acontecendo?

    Somos inseridos em um thriller investigativo sombrio, repleto de nuances sobrenaturais. O roteiro do próprio Wan apresenta a personagem de Madison e as coisas estranhas que começam a acontecer após um grave incidente. As peças desse doentio jogo são apresentadas pouco a pouco, pistas, dicas tudo é apresentado ao espectador e a primeira vista nada parece fazer sentido, em quanto isso mortes, bastante violentas e criativas, vão se acumulando ao redor da protagonista. O roteiro a todo momento se subverte, apontando para uma solução e depois para outra e evocando o que já tinha descartado, para depois revelar uma nova peça que muda totalmente a situação. Essas situações podem parecer confusas, mas acreditem elas se encaixam quando tudo é resolvido. A revelação do mistério é um dos mais bem elaborados e chocantes plot twist do ano.

    O diretor ainda consegue usar sua trama para homenagear diversos filmes de terror, alguns da sua carreira e outras obras consagradas do gênero. Temos em uma cena que, visualmente falando, é quase uma releitura de O Chamado, o uso de uma voz estridente que lembra muito a voz que Jigsaw usa em Jogos Mortais. Temos referências visuais e estéticas ligadas a Suspiria de 1977 e muitas outras, que não vão ser reveladas para não estragar as surpresas. Numa cena que acontece numa cela cheia de detentos, temos personagens com figurinos, que remetem aos anos 70, 80, 90… Ao menos uma obra marcante do terror de cada uma dessas décadas é homenageada por Wan no filme.

    O diretor ainda consegue filmar suas cenas de modo magistral e com muita criatividade. Muitas delas são marcantes devido a ousadia e a forma como ele grava as situações. Na sequência na qual ele transforma a casa em um verdadeiro labirinto, mostra o investimento da produção e do diretor em criar cenários assustadores.

    A direção de arte é outro destaque da trama. A mescla do uso de próteses com CGI chama a atenção. Em alguns momentos essa combinação casa perfeitamente e temos um realismo assombroso, mas em outros o CGI é exagerado e destoa, o que pode tirar o espectador um pouco do foco, mas nada que prejudique. A montagem é outro destaque, pois dá fluidez ao que vemos, mas é preciso confessar que 15 minutos a menos (tirados do segundo ato) deixariam a trama mais dinâmica e enxuta.

    Warner Bros./ Divulgações

    O ato final é frenético e vai jogar sangue para todos os lados; se prepare para cenas de combate que vão deixar muitos filmes de ação no chinelo. A violência empregada é exagerada e tudo que foi apresentado, de modo sério e consciente, e deixado de lado para que o absurdo reine no final. Mesmo sendo um filme de terror, temos algumas piadas inseridas (que são engraçadas) na trama, de modo pontual e bastante natural, com o intuito de dar um respiro a trama. No quesito atuação, temos um elenco afiado e a química entre eles é ótima. Os destaques da história são: Annabelle Wallis (A Múmia) que constrói uma protagonista muito boa dentro da proposta e a jovem Mckenna Grace (Ghostbusters: Afterlife) que rouba a cena, mesmo com pouco tempo em tela.

    Maligno é uma homenagem sangrenta e pra lá de divertida aos clássicos filmes de terror de diferentes épocas. James Wan revisita obras de sua autoria e outras que influenciaram a sua carreira para comprovar que é o melhor diretor do gênero na atualidade, mesmo não levando a trama a sério e nem tendo tantos sustos, esse é um dos melhores filmes de terror do ano!

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