Um agente disfarçado da CIA fica preso em território hostil no Afeganistão depois que sua missão é exposta. Acompanhado por seu tradutor, ele deve lutar contra combatentes inimigos enquanto tenta chegar a um ponto de extração em Kandahar. A trama de Missão de Sobrevivência é baseada na história real do roteirista da trama, Mitchell Lafortune, que serviu em missões no Afeganistão como oficial da Agência de Inteligência de Defesa.
O roteiro do estreante Mitchell Lafortune conta sua história de modo objetivo. Somos apresentados a diversos personagens que vão influenciar de modo direto ou indireto a trama principal. O modo como essas ações ressoam na história, é um dos pontos de maior tensão no filme, pois não sabemos qual será o destino daquele personagem ou como sua ação pode repercutir na história. Porém, essa incerteza sobre o destino dos personagens é uma das poucas coisas, extremamente boas nessa trama. O filme de ação estrelado por Gerard Butler (Greenland) deixa muito a desejar no principal quesito de um filme do seu gênero: as cenas de ação! São vários motivos que fazem deste o maior calcanhar de Aquiles do filme.
O primeiro é que são poucas cenas de ação, a primeira delas acontece apenas após 45 minutos de filme. O segundo é que o modo como o diretor Ric Roman Waugh (Sem Perdão) grava suas cenas, prejudica demais a coreografia planejada e tira toda a tensão que poderíamos sentir. Por fim, quando o diretor usa CGI para alguma explosão ou cena noturna o resultado é pífio, quando opta por efeitos práticos o resultado é 100 vezes melhor.
Como a história é baseada em fatos reais, o roteiro opta por tratar toda a história de modo sério e sisudo, algo que não é ruim, mas que pode entediar o espectador que procura por mais diversão. Porém, mesmo assim é possível dar alguns sorrisos involuntários com cenas que são de pura vergonha alheia, como quando o personagem de Butler briga com seu companheiro de viagem, que vai embora, até que ele esbarra em um possível inimigo e volta de modo sorrateiro. O ritmo da história é dinâmico, as motivações dos principais envolvidos na história são bem articulada e bastante críveis dentro do que é apresentado. Porém, com tantos personagens alguns acabam sendo relegados ao ostracismo, como por exemplo: Ali Fazal (Mirzapur) que surge na primeira cena de perseguição do filme e fica o resto do filme numa moto/carro andando atrás do personagem de Butler, sem dizer a que veio. Os diálogos expositivos, não são os mais revolucionários do cinema, porém não são de machucar os ouvidos e nem a inteligência de quem está assistindo, mas em alguns momentos soam forçados e bem bregas.
Missão de Sobrevivência é uma produção que poderia ser melhor, se tivesse dado ao seu herói MAIS CENAS DE AÇÃO e não se levasse tão a sério. Mesmo com alguns deslizes aqui e ali, a produção é correta e trivial.