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    Crítica | O Aprendiz

    Créditos: Diamonds Films
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    O Aprendiz conta a história de como o jovem Donald Trump iniciou seu negócio imobiliário por meio de uma barganha com o influente advogado e mediador político Roy Cohn. Ambientado em Nova York nas décadas de 1970 e 1980, o longa tem direção de Ali Abbasi (Holy Spider). A produção estrelada por Sebastian Stan (Fresh), cria uma teia de assuntos espinhosos sobre o ex-presidente americano, os principais fios narrativos são: as origens Trump, a ascensão do personagem principal dentro do universo empresarial e, especialmente, a relação dele com um “mentor” enigmático que em muitos momentos lembra a figura que conhecemos atualmente de Donald Trump. Embora o filme não faça referência direta à obra de Mary Shelley, é possível traçar alguns paralelos interessantes das origens do empresário com a criação do monstro de Victor Frankenstein.

    Trump, assim como o monstro de Frankenstein, no filme é apresentado como um produto de uma cultura consumista, machista e opressora. Cohn serve como o “criador” que, ao invés de oferecer conselhos sábios ou reflexões éticas, impulsiona a Trump a agir de modo errôneo e alimenta seu ego com uma ambição desenfreada. Ambos os “criadores” de Trump e de Frankenstein, se mostram incapazes de lidar com os efeitos colaterais de suas criações. O monstro de Frankenstein é rejeitado e mal compreendido pelo povo da vila onde surgiu, assim como Trump é, hoje em dia, rejeitado e detestado por, parte da sociedade.

    A direção de Abbasi cria uma narrativa que insere o espectador como uma testemunha ocular dos acontecimentos que levaram Trump a ser quem é. O diretor usa a câmera para acompanhar o protagonista a todo momento criando quase um documentário como os fatos vistos, em especial, por mesclar cenas de arquivos com cenas gravadas que emulam muito a estética do cinema nos anos 80. A relação entre criador e criatura, contém os melhores momentos da trama, que peca por abandonar essa relação da metade para o fim do filme. O roteiro, baseado em relatos do processo de divórcio do empresário, apresenta momentos chocantes e pra lá de polêmicos. A produção chegou a ter sua distribuição no circuito comercial americano proibida. O que mostra como o conteúdo apresentado é sensível e brutal, em determinados instantes. Outro problema da narrativa é que em certos momentos, a trama opta por fazer chacota das situações em que Trump é envolvido e em outros em mostrar o quão vil e sem moralidade é o protagonista. Porém essa mescla de estilos, não funciona tão bem na prática.

    Sebastian Stan é um ótimo Donald Trump. Ele imita bem os movimentos e em alguns momentos convence, não apenas pela semelhança física, mas por demonstrar diversos trejeitos do empresário. Para ser Trump, é preciso entender ele e Stan parece ter feito isso. A sua química com Jeremy Strong (Succession) e com Maria Bakalova (Morte Morte Morte) é monstruosa e os três atores merecem ser indicados ao Oscar de Melhor ator, Melhor ator coadjuvante e Melhor atriz coadjuvante. As atuações desse longa, já valem o ingresso! Além disso, é necessário destacar a maquiagem usada em Stan, que de tão sutil se torna marcante e agrega bastante para entender a passagem de tempo na história.

    O Aprendiz oferece uma boa dose de elementos para reflexões sobre poder e formação da identidade. Esse é um filme que mostra a origem do “monstro” que Donald Trump representa para a sociedade. Imperdível!!!

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    ANÁLISE GERAL
    NOTA
    Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: hiccaro.rodrigues@estacaonerd.com
    critica-o-aprendiz O Aprendiz conta a história de como o jovem Donald Trump iniciou seu negócio imobiliário por meio de uma barganha com o influente advogado e mediador político Roy Cohn. Ambientado em Nova York nas décadas de 1970 e 1980, o longa tem direção de...
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