sáb, 28 setembro 2024

Crítica | O Dia que te Conheci

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É difícil explicar essa magia que André Novais consegue transportar na simplicidade filmada de seus filmes.  É a realidade mais genuína e pura possível, que através de planos fixos vamos descobrindo mais e mais sobre aqueles personagens, muitas vezes com dificuldade de se abrir ou receio de algum julgamento, mas que no final das contas é gente como a gente.

Zeca tenta levantar cedo para pegar o ônibus e chegar na escola da cidade vizinha, onde trabalha como bibliotecário. Acordar cedo anda cada vez mais difícil, mas um dia ele conhece Luísa e tudo muda em sua vida.

E desde o seu titulo, O Dia Que Te Conheci, deixa muito claro o impacto que o diretor quer causar através do começo de uma relação surgida ao acaso do cotidiano, fruto de uma demissão do personagem Zeca , ele acaba conhecendo Luísa, que na verdade sempre esteve presente na escola no qual ele trabalhava, mas por conta do trabalho e rotina pesada não tinham a oportunidade de uma simples pausa para conversarem. Então o público vai acompanhar, é a humanização desses dois personagens, bem longe do trabalho e das obrigações, vamos ver uma abertura singela entre esses dois e o começo de uma relação.

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O encanto dessa relação surge devido a ajuda que um faz com o outro, exemplo disso é a relação tragicômica que os dois possuem devido ao uso de remédios envolvendo ansiedade, depressão, psicose, etc. O eventual ir para casa do outro aparece devido uma curiosidade da quantidade de remédios que o outro possui, uma relação bastante bizarra, porém ligada com os diversos problemas da vida atual. E o estouro desse benefício entre os dois se dá quando Luísa ao observar a receita de Zeca sobre os remédios, se dá conta que ele estava tomando de forma errada, por isso não conseguindo acordar cedo para trabalhar e causando sua recente demissão. É uma coisa simples, mas causa uma explosão de simplicidade ao revelar essa troca singela de ajuda e carinho.

É um filme muito encantador, não só pela ótima química entre os atores, mas essa pequena passagem entre suas vidas e com bastante impacto pela semelhança ao nosso dia a dia. Tão envolvidos no trabalho e rotina e esquecendo das coisas mais importantes no qual devemos viver por elas: o amor. A rápida duração do filme não só causa um excelente impacto na história que quer contar, justamente o dia do encontro entre eles, mas nessa simplicidade imposta e a força necessária para suas 1h11.

O Dia Que Te Conheci não podia ser mais brasileiro possível. O encontro formado desde um passeio de carro, uma conversa de bar ou um flerte dentro de casa revela essa humanidade lindíssima de se acompanhar. É um alívio pra aqueles dois personagens em meio a correria e estresse, tudo isso é rapidamente passado ao esquecerem o trabalho e focarem em se conhecerem mais. Não sabemos se será eterno o relacionamento ou algo passageiro e não importa, o momento é o mais significativo!

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