Explorar esse universo tão rico criado pelo J.R.R. Tolkien sempre é uma boa ideia, ainda mais para o audiovisual. Buscar novas histórias, personagens e contos nunca antes explorados sobre esse mundo infinito de seu criador. O problema fica em querer passar a sensação de estar contando uma história original, porém com uma clara falta de desenvolvimento, de apresso por aqueles personagens, nem mesmo um bom visual e ótima construção de cenário disfarça a precariedade da narrativa.
Um ataque repentino de Wulf, um implacável senhor Dunlending, força Helm Mão-de-Martelo e seu povo a fazer uma última resistência na antiga fortaleza de Hornburg. Encontrando-se em uma situação desesperadora, a filha de Helm lidera a resistência.
Fica evidente desde constantes referências ao universo original, desde as canções do filme original, que não é um problema por si, mas apresenta essa fragilidade em seu desenvolvimento, em saber que não consegue sustentar sua narrativa e precisar apelar para a história original. O filme traz esse clássica história de queda dos protagonistas, intercalando com uma jornada de vingança e ódio do vilão do longa.
Tem um processo bem mediano em sua narrativa. Ele busca essa grandeza, porém os caminhos são bem óbvios quanto destino de certos personagens e aprofundamento de outros. Exemplo é o antagonista, que sua relação com Hera é algo mostrado puramente bem raso e o único artifício dele é apenas a vingança e nada mais. Se assemelhando com algo bastante tedioso e óbvio quanto seu desfecho.
Já a jornada da protagonista, Hera, é algo que funciona, apesar de ser bem genérica, remetendo a clássica história da princesa rebelde. O filme não se utiliza tão bem dos desejos e habilidades que ela apresenta ao longo do filme, fica numa limiar de provação da personagem, apesar de nunca beirar algo forçado ou arrastado.
E onde o filme acaba brilhando mesmo é em seu visual. A construção cenários, sejam os clássicos do universo ou novos, beiram o excelente, o início já deixa claro essa confusão com o real, e apresenta ricos detalhes em casa piso, parede e luz por todo o filme. Em contraste disso temos a escolha de um visual remetendo ao estilo japonês dos animes, que pode causar uma estranheza aqui ou ali, principalmente nos personagens, uma vez que estamos acostumados com um Senhor dos Anéis mais clássico, essa estilização japonesa causa esse leve destoante.
Entre algo genérico ou uma ideia interessante de trazer uma animação, Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim fica no meio termo. Ele apresenta um bom visual e bonitos detalhes, em especial com seu som brutal ao longa do filme. Porém acaba pecando com uma história bastante genérica e pouco empolgante, não fazendo jus quanto seu universo grandioso.