seg, 23 dezembro 2024

Crítica | O Urso do Pó Branco

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Se tem algo que Hollywood sabe usar muito bem ao elaborar sua grande maioria de filmes, é o Hype. Desde seu primeiro trailer, o longa chamou a atenção por sua combinação bizarra entre um urso e cocaína, tornando-se no mínimo curioso de se acompanhar o tipo de abordagem que a história buscaria, se voltando mais para o Trash, ou pelo menos tentando.

Em Knoxville, estado americano do Tennessee, um avião de um traficante de drogas sofre uma queda e espalha toda a sua carga de cocaína pela região. Enquanto isso, um urso predador de 220 quilos que vive na floresta ingere uma quantidade impressionante da droga, partindo para a violência contra todos que cruzarem seu caminho. Essa excêntrica história envolve quatro grupos formados por policiais, criminosos, adolescentes e turistas.

Baseado parcialmente numa história real, acontecendo no ano de 1985, no qual um traficante de drogas transportava quilos de cocaína usando um avião da Colômbia para os Estados Unidos. Com medo de estar sendo perseguido, o homem simplesmente jogou as mochilas de drogas sob uma floresta e saltou de paraquedas, o resultado disso? O paraquedas não abriu e o traficante morreu por causa da queda. E para não piorar, um urso negro acabou consumindo parte da droga e obviamente acabou morrendo de overdose. Sendo assim conhecido na época como “Pablo Escobear”, parte de uma piada imaginando como seria o efeito da droga após esse consumo excessivo do animal. Essa é a proposta absurda do novo longa de Elizabeth Banks.

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E de fato existem os momentos onde o longa acerta com sua proposta despretensiosa e humor absurdo. Logo em seu início somos presenteados com uma descrição do Urso que será mostrado, mas a informação é basicamente vinda da Wikipédia, ou seja, uma clara mostra do descompromisso da obra com a realidade. Verdadeiramente o filme diverte quando temos a figura central voltada para o urso drogado, seja atacando as pessoas ou até mesmo nos momentos de distração do animal, onde podemos apreciar um grau de “fofura” do mesmo. São cenas que transitam entre o terror, praticamente um “slasher”, se utilizando do instinto assassino do bicho para caçar suas vítimas, seja pela hora certa do ataque ou até mesmo uma brincadeira envolvendo sua revelação com as vítimas. E temos a ação, provavelmente o ponto mais honesto do filme, onde temos situações absurdas com essa constante caça por mais droga, e consequentemente matando quem estiver em seu caminho. O auge do filme é uma divertidíssima cena envolvendo três personagens numa ambulância, a pura mistura do trash e humor.

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Mas o principal problema do filme é com esse fiapo de história que ele quer mostrar para justificar as matanças do animal. São muitos personagens e ele tenta adicionar subtramas para cada um deles, algumas funcionando, mas a grande maioria sendo descartáveis ou apenas patéticas. Exemplo é a subtrama envolvendo a personagem Reeba, policial parceira de Bob, no qual existe uma virada que não acrescenta em nada com a história e fica por isso mesmo. São momentos que poderiam ser facilmente substituídos por mais cenas do urso doidão matando geral, justamente a proposta que esperamos desse tipo de filme, tornando até cansativo a parte final, tornando até injustificável ter 90 minutos.

O Urso do Pó Branco tenta abraçar essa pegada trash dos anos 80, em alguns momentos consegue, mas fica a sensação de um filme controlado de estúdio, onde por mais que exista a violência “liberada”, ele se volta mais para um longa comum, com momentos despretensiosos, uma espécie de sessão da tarde para maiores. Mas consegue sim divertir, sua duração curta ajuda com a ideia de distrair durante esses 90 minutos. A mistura da violência com alguns efeitos práticos tornam algumas cenas hilárias de se acompanhar. O “burburinho” causado pelo filme não justifica sua qualidade, mas dá pra tirar bons momentos com essa ideia pra lá de curiosa.

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