sex, 19 abril 2024

Crítica | Os 7 de Chicago

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Os 7 de Chicago é uma obra fantástica, poderosa e, infelizmente, atual. O longa conta a história real do que deveria ser um protesto pacífico na Convenção Nacional do Partido Democrata de 1968 e se transformou em um violento confronto com a polícia e a Guarda Nacional dos EUA. Levando oito indivíduos a serem acusados pelo governo dos Estados Unidos de conspiração, incitação à revolta e outras denúncias relacionadas a protestos em Chicago.

Foto: Netflix/Divulgação

O primeiro destaque do longa é percebido na montagem. Que trabalho magnífico, temos neste filme. As cenas que apresentam os protagonistas, intercalando as falas deles entre si, flui sem erros ou atropelos. Mais perfeita ainda é a mescla das cenas reais (de arquivo) com as gravadas para o filme que são colocadas em momentos chaves no início, meio e fim da obra. Essa proposta faz o espectador mergulhar de cabeça nos fatos e mostra a veracidade e gravidade das situações descritas. O longa ainda acerta em primeiro apresentar os personagens, as suas motivações, e a partir disso, durante o julgamento mostrar o que aconteceu de fato. A montagem é tão dinâmica que faz os 120 minutos voarem. O roteiro escrito por Aaron Sorkin, foi esculpido (o roteiro desse filme demorou 10 anos para ficar pronto) e acredito que ele deva ser indicado ao Oscar. A construção dos personagens, das situações, os diálogos e a relevância desse texto no momento atual que vivemos deve ser agraciada ao menos com a indicação.

Foto: Netflix/Divulgação

Um texto bom, sem bons atores não é nada. Pra nossa sorte o elenco inteiro está sublime. Ficarei surpreso se nenhum deles não forem indicados ao careca desnudo de ouro em 2021. Os destaques, pra mim, são: Sacha Baron Cohen (Borat), Jeremy Strong (Succession), Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo), Yahya Abdul-Mateen II (Watchmen) e Mark Rylance (Dunkirk). Eles constroem personas com personalidade contraditórias que se unem por um bem comum e é bom demais ver os embates de personalidades e opiniões. A direção de Sorkin também merece destaque por conseguir dar destaque aos personagens centrais e usar bem o ambiente. Metade da trama ocorre no tribunal. A cena mais brutal da obra, que envolve Yahya Abdul-Mateen II é filmada de um modo tão cruel e realista que faz você se sentir tão impotente quanto os personagens em cena. A situação choca de tão absurda e repugnante, mas é filmada com um primor técnico que choca. Sorkin para mim tem indicação garantida ao prêmio máximo pelo seu trabalho na direção dessa película.

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THE TRIAL OF THE CHICAGO 7 (L to R) SACHA BARON COHEN as Abbie Hoffman, DANNY FLAHERTY as John Froines, EDDIE REDMAYNE as Tom Hayden, JEREMY STRONG as Jerry Rubin, MARK RYLANCE as William Kuntsler in THE TRIAL OF THE CHICAGO 7. Cr. NIKO TAVERNISE/NETFLIX © 2020

Os 7 de Chicago usa a guerra do Vietnã como pano de fundo para contar uma história maior sobre opressão, racismo e política. Um longa marcante, com atuações primorosas e que se apresenta com um dos melhores longas do ano. Assista o quanto antes!

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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