
Na 2ª temporada, o Pacificador descobre um mundo alternativo onde a vida é tudo o que ele deseja. Mas essa descoberta também o força a encarar seu passado traumático e tomar o futuro em suas próprias mãos. Dirigida e escrita por James Gunn, o novo ano tem duas funções bem definidas: aprofundar o conhecimento sobre o seu protagonista, juntamente o seu relacionamento com Emilia Harcourt e expandir o universo do DCU. Ambas propostas são muito bem executadas por Gunn.
A a escrita do diretor segue provocante e repleta de exageros, o que representa bastante humor em meio ao caos que a história evoca. Se na primeira temporada o foco foi “limpar a barra” (leia, redimir) do anti-herói, apresentado em O Esquadrão Suicida, o novo ano opta por explorar a relação do protagonista com sua equipe e os dilemas pessoais que ele precisa encarar para se tornar um herói de verdade. Culpa, medo, amor e dúvida sobre sua própria jornada, são alguns dos elementos que fazem dessa a melhor adaptação de um personagem da DC no streaming.
O uso da Terra-X, realidade controlada por nazistas, surge de modo tímido e vai crescendo gradativamente. A incerteza sobre a exploração desse tema acaba no melhor episódio do show, é serve para mostrar que ninguém nasce bom ou mal. A combinação entre caráter, escolhas e contexto é o que molda quem somos. As reflexões que ficam após este episódio, mostram o talento de James Gunn em escrever histórias.

No novo ano, Gunn dá ainda mais espaço para que seu elenco de coadjuvantes brilhe. Jennifer Holland (Brightburn) vive com maestria a áspera Harcourt. Danielle Brooks (Mahalia) empresta seu carisma para viver Leota Adebayo, que funciona como bússula moral da série. Freddie Stroma (The Crew), brilha como o vigilante sendo uma versão ainda mais sem noção que o Pacificador. Mas o show é de John Cena (Chefes de Estado) consegue ser divertido, perigoso e brutal quando necessário, tendo uma atuação excelente, em especial nos momentos de drama. Sua cena com Robert Patrick (Exterminador do Futuro) é de partir o coração.
O design de produção, efeitos especiais e fotografia são outros destaque da série que parece uma produção feita para o cinema. Tudo relacionado a elementos técnicos são feitos com esmero. O CGI usado tem um grau de realismo absurdo. A trilha sonora é outro destaque, e as canções escolhidas conseguem engrandecer diversas cenas. As cenas de ação, são poucas, mas quando surgem são repletas de violência, sangue, muito bem coreografadas e filmadas por Gunn.

O diretor insere diversos easter-eggs pelo show, que vão deixar os fãs dos quadrinhos da DC com um sorriso no rosto, os vistos no último episódio são de explodir a mente. Porém, nada é apresentado sem ter uma função narrativa (até a dancinha da abertura tem um significado), nenhuma participação é gratuita e elas são usadas para expandir o novo universo da DC.
A segunda temporada de Pacificador é do car#lh*!!! Gunn acerta mais uma vez e mostra que o DCU nas mãos certas tem como render boas histórias, tanto no cinema como na TV. Que venham mais produções desse tipo para alegrar o coração dos fãs da DC.