O Esquadrão Suicida foi um dos filmes mais divertidos do ano de 2021. A produção deu uma cara nova ao universo DCEU e apresentou personagens não tão conhecidos ao grande público. Depois da estreia, o diretor James Gunn resolveu propor uma expansão do seu longa e criou a trama da série, Pacificador. Na trama, o herói — determinado a alcançar paz, não importa quantas pessoas ele tenha que matar — é convocado por uma força tarefa improvisada do governo, sem o consentimento de Amanda Waller, para tentar impedir uma ameaça que coloca em risco a vida de muitos.
Gunn (Guardiões da Galáxia) é um dos melhores diretores e roteiristas da atualidade, com uma escrita provocante e repleta de exageros o diretor consegue destrinchar a persona do seu protagonista, revelando detalhes do seu passado, suas motivações e o peso que ele precisa carregar por causa das suas ações (que sempre que possível são vistas em flashbacks). O único ponto negativo da produção é que o Pacificador sofre uma mudança de personalidade, no filme ele é colocado de um modo que não fica nenhuma dúvida sobre quem ele é e o que ele é capaz de fazer para defender o que acredita. Na série, existe espaço para abordar a evolução do personagem e a construção da trama nos leva a crer que o “vilão” não é tão mal assim e nem tão decidido a fazer o que for preciso para defender seus ideais. Não que essa nova roupagem seja ruim, mas toda a construção feita anteriormente perde força e soa como um mero capricho do roteiro, para justificar os atos que ele comete no filme. A série apresenta essa nova versão do vilão, como um homem sem noção, que é vítima das circunstâncias, das influências negativas do ambiente onde cresceu e dos seus exageros, que o levaram para o caminho errado.
O primeiro episódio da série inicia mostrando o que aconteceu com o Pacificador, vemos ele receber alta do hospital e ser recrutado pela nova equipe de Amanda Waller. O novo time é constituído por agentes rejeitados e nerds sem experiência em campo. Com essa equipe de desajustados, o vilão tem espaço para explorar as dúvidas e medos de um super-herói/vilão. Em meio a piadas, insultos, cena de violência gráfica e muitos tiros conseguimos descobrir mais do passado e das relações que movem a vida do protagonista.
O elenco da série é maravilhoso! Jennifer Holland (Brightburn) vive com maestria a áspera Harcourt. Danielle Brooks (Mahalia) empresta seu carisma para viver a recruta relutante Leota Adebayo, que serve de contraponto aos ideias iniciais da estrela do show, John Cena (Amizade de Férias). Cena consegue ser divertido, perigoso e brutal quando necessário, tendo uma atuação excelente, em especial nos momentos de comédia. Outro destaque, é Freddie Stroma (The Crew), que vive o Vigilante, que é uma versão mais sem noção do Pacificador. Com um elenco excelente como esse, a produção não precisaria investir muito nos conceitos técnicos. Porém, é aqui que está o grande diferencial dessa série para as demais séries do DCEU. O design de produção, efeitos especiais e fotografia são dignas de cinema. Todos os conceitos técnicos apresentados aqui colocam as séries consagradas da DC, no chinelo. Tudo é feito com, muita atenção aos detalhes. O CGI usado para inserir a águia Eagly nas aventuras são de um grau de realismo absurdo. A trilha sonora é outro destaque, Gunn consegue engrandecer diversas cenas com o uso de canções dos anos 70/80. A cena na qual usa a canção “Monster” da banda Reckless Love no episódio 06, intitulado “Murn After Reading”, é ESPETACULAR e serve de exemplo! As cenas de ação são repletas de violência, sangue e são muito bem coreografadas e filmadas. Por fim, os easter-eggs da produção vão deixar os fãs dos quadrinhos da DC com um sorriso no rosto, os vistos no último episódio são de explodir a mente.
Pacificador é uma produção maravilhosa e do car#lh*!!! Esse é um acerto incrível da DC e que mostra que nas mãos certas, os produtos (cinema e séries) tem muito material para render boas histórias. Que venham mais produções desse tipo e que a segunda temporada seja logo lançada.