qua, 9 julho 2025

Crítica | Superman

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James Gunn é um dos diretores mais inventivos da década, sendo responsável por alguns dos melhores filmes do gênero de super-heróis: Super (2010), Guardiões da Galáxia (2014), Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017), O Esquadrão Suicida (2021) e Guardiões da Galáxia Vol. 3 (2023). Gunn se tornou copresidente da DC Studios ao lado de Peter Safran em 2022 e decidiu reiniciar o universo da DC nos cinemas. O diretor então deu início a fase um do novo universo intitulada: Deuses e Monstros. Essa fase, começou com Comando das Criaturas, série animada que se passa no mesmo universo de Superman, primeiro filme do DCU que pretende explorar personagens complexos que lidam com sua humanidade e seus dilemas éticos. 

A produção dirigida e roteirizada por James Gunn apresenta um herói movido pela crença e pela esperança na bondade da humanidade. Assim acompanhamos a jornada do super-herói em tentar conciliar suas duas personas: sua herança extraterrestre como kryptoniano e sua vida humana. Assim que começa o filme, somos inseridos na ação, em um universo que já tem sua base consolidada e regras, que são apresentadas com o tempo. Assim Gunn quebra a conhecida fórmula do gênero e não faz uma apresentação da origem do herói, ela já é conhecida do grande público e o diretor opta por apenas mencionar alguns elementos aqui e ali, o que é um grande acerto. Se o diretor não perde tempo com a história de origem ele usa esse tempo para criar cenas de ação que são muito bem distribuídas pelo filme. Gunn usa a câmera de modo ágil e cria cenas de ação que são memoráveis e muito bem filmadas e coreografadas, destaque para a final e a cena de abertura.

O roteiro de Gunn aposta suas fichas em abordar as características do seu protagonista. Clark Kent/Superman é gentil, atencioso e corajoso, sempre buscando fazer o bem acima de tudo. Assim Gunn constrói uma narrativa que questiona sua personalidade e faz do seu filme um estudo de personagem. Afinal de contas temos um ser que possui a força e a capacidade de um deus e quais são suas intenções com a humanidade? David Corenswet (Twisters) possui porte físico e entrega uma atuação segura no papel de Superman, já no de Clark Kent a trama não explora muito esse lado do personagem, deixando isso de lado. Rachel Brosnahan (House of Cards) possui uma ótima química com Corenswet e Nicholas Hoult (Juror No. 2) aposta suas fichas numa atuação caricata, apresentando uma versão afetada de Lex Luthor, mas isso é bom e o antagonista executa um papel importante na história, sendo um rival a altura do protagonista.

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Por ter um elenco gigantesco, alguns grupos de personagens parecem sem muita função narrativa. Isso se aplica basicamente ao elenco que compõem o Planeta Diário. Os personagens tem espaço, aqui e ali eles soltam algumas tiradas engraçadas, mas no geral pouco agregam a trama e o tempo dedicado a eles, seria melhor aproveitado por outros personagens. Nathan Fillion (The Rookie), Isabela Merced (The Last Of Us: Parte II) e Edi Gathegi (StartUp) dão vida a personagens que devem ter mais espaço em outras produções e não comprometem nas suas cenas, destaque para Gathegi que é dono da melhor cena do filme.

A trilha sonora é ESPETACULAR e agrega bastante as cenas, engrandecendo elas quando surgem. A fotografia repleta de luz e cores faz deste um dos melhores trabalhos visuais de Gunn, que também acerta ao dar uma montagem ágil a trama, fazendo os 129 minutos voarem em tela.

As participações especiais e easter eggs espalhados pelo filme, farão a alegria dos fãs mais atentos e existem várias sacadas do tipo “piscou perdeu” na trama. Não querendo ser sommelier de CGI, mas os apresentados no filme são ótimos e a direção usa muitos efeitos práticos que são de cair o queixo. As cenas pós créditos podem soar apenas, piadinhas espertas, mas elas tem um significado gigante, em especial a última.

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Superman é um espetáculo visual leve e muito divertido. James Gunn constrói um filme que eleva o patamar da DC e que deixaria Joe Shuster e Jerry Siegel orgulhosos. Ansioso para ver os próximos filmes do novo universo da DC nos cinemas.

 

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
James Gunn é um dos diretores mais inventivos da década, sendo responsável por alguns dos melhores filmes do gênero de super-heróis: Super (2010), Guardiões da Galáxia (2014), Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017), O Esquadrão Suicida (2021) e Guardiões da Galáxia Vol. 3 (2023). Gunn se tornou...Crítica | Superman