sex, 3 maio 2024

Crítica | The Mandalorian (3ª Temporada)

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Após um fim de temporada marcante e altamente debatido pelas redes no segundo ano das aventuras de Din Djarin, veio uma correção de curso inesperada e que sequer foi desenvolvida na série principal de Mandalorian. A terceira temporada começa após os eventos do seriado derivado O Livro de Boba Fett que afetaram diretamente o ponto de partida de Mando para o que será até agora sua aventura de maior escopo, para o bem e para o mal.

A temporada começa pela tentativa de Mando e Grogu (agora oficialmente seu discípulo) de serem reintegrados dentro da comunidade mandaloriana, caminho que irá reunir os protagonistas com Bo-Katan Kryze e então preparar terreno para eventos que colocarão em disputa o destino do povo de Mandalore. Já é visível que aqui a série está se afastando cada vez mais de sua natureza antológica e contida que era característica de seus primeiros episódios para dar lugar a uma grande narrativa que, cada vez mais, se conecta com eventos da série principal.

Ainda é um programa que apresenta um dos fatores mais divertidos e lúdicos da franquia espacial que é jogar com elementos de gênero em função do carisma de seus protagonistas, retrabalhando histórias de um imaginário do audiovisual dentro de um universo que tem suas próprias regras e estética marcantes mas que ainda permite essas sobreposições narrativas se fazerem interessantes. Seja faroeste, neo-noir ou ficção científica, Mandalorian vai deixando pequenas impressões sobre como é possível interagir com batidas narrativas de outros subgêneros sem grandes pretensões, mas infelizmente nessa temporada esse é um fator menos aproveitado do que em outras. 

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É importante levantar a questão de que entre as produções do universo Star Wars para o Disney Plus, Mandalorian foi a que melhor alinhou um respaldo tanto de público quanto de crítica, até então, o que pode muito bem ter motivado os anúncios e lançamentos de derivados que plantam suas raízes na jornada de Din e cada vez mais o conectam a outros eventos da cronologia da saga. Não chega a ser um problema esse desejo de ampliar a relevância de Mando para outras narrativas da franquia, mas na prática tanto o ritmo quanto a estética do programa acabaram sendo afetados para se enquadrar a esse maior escopo, dando lugar a um meio termo entre a lógica episódica e quase teatral presente no começo e uma estética mais próxima do cinematográfico que se evidencia caminhando para o season finale, o que acaba fazendo com que parte do charme do seriado se perca nessas idas e vindas.

A temporada acaba se aproveitando do escopo para permitir formas mais dinâmicas de filmar os combates dos mandalorianos (principalmente no seu terço final), o que até então era trabalhado com mais rigidez em cena e em certo ponto chega até a trazer um estranhamento quando posto em relação a momentos anteriores mas não deixa de entreter. Bo-Katan acaba tomando a frente e dividindo o protagonismo com Din por diversos momentos na temporada, permitindo que a personagem tivesse mais tempo para se desenvolver em tela e fisicamente contrastando com Mando em sua forma mais sofisticada de lidar com o combate, o que agregou para a série dado que essa dinâmica entre os dois funciona bem na maior parte do tempo e rende bons momentos.

É justo dizer que Mandalorian não retornou com uma 3a temporada melhor resolvida que as anteriores, mas ainda continua sendo um dos expoentes mais interessantes de acompanhar de um universo transmidiático em constante expansão, que é o caso de Star Wars. Se um caminho de expansão e focado numa grande narrativa foi escolhido para este momento do seriado, o final desta terceira temporada abre as portas para abordagens totalmente diferentes serem adotadas no futuro da série, o que pode ser animador. 

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Fabrizio Ferrohttps://estacaonerd.com/
Artista Visual de São Paulo-SP
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