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    Crítica | Tokyo Vice

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    Michael Mann é muito conhecido por trabalhar com a fuga da realidade, pessoas presas no meio que vivem, constantemente sonhando acordadas. O diretor trabalhou isso muito bem em filmes como “Colateral”, “Miami Vice” e “Fogo contra fogo”, ambientes opressores( tais como Los Angeles e Chicago) e a relação do homem com o mundo a sua volta, e agora, a cidade escolhida é Tóquio.

    Tokyo Vice” é um drama policial baseado no livro de memórias ‘Tokyo Vice: An American Reporter on the Police Beat in Japan’ de Jake Adelstein. Este relato em primeira mão de oito episódios, não-ficção, nos dá uma visão do submundo de Tóquio no final dos anos 1990. Situado em Tóquio, Japão, a narrativa segue Jake (Ansel Elgort), um jornalista idealista e aspirante dos EUA que é fascinado pelo Japão. Equipado com energia juvenil, paixão e excelente japonês, ele faz de Tóquio sua casa, onde consegue um emprego como repórter policial no ‘‘Meicho Shimbu’’, o melhor e maior jornal de Tóquio. Durante o curso de seu trabalho, construindo relacionamentos com a polícia e a yakuza, a máfia japonesa, ele se conecta com Samantha (Rachel Keller) – uma bela e experiente expatriada americana que trabalha como anfitriã em um clube, e o detetive Hiroto Katagiri (Ken Watanabe) da Polícia de Tóquio, que o trata como um “filho” e o orienta, como lidar com as linhas sombrias e sutis da lei e como interagir na capital dominada pela máfia. Ambos oferecem a ele uma visão privilegiada de como as coisas funcionam no Japão.

    É uma série bastante imersiva, Michael Mann dirige o primeiro episódio, e trabalha como produtor- executivo. Existe uma clara “mão” do diretor aqui, essa relação dos personagens com o espaço mostrado, as constantes fugas da realidade( aqui muito representadas em boates e bares).Citando o teórico R. Barton Palmer, “os protagonistas de Mann moldam consistentemente seus próprios destinos, escolhem a perda, a destruição ou mesmo a morte em vez de uma rendição ao sistema ou uma revogação de sua verdade pessoal”. Aqui as consequências são muito mais internas do que externas, ao final da temporada a sensação agridoce é completamente perceptível.

    HBO MAX / Divulgação

    O trabalho de atuação é notável como uma das melhores coisas da série, Ansel Elgort está muito a vontade, trazendo humor e personalidade para seu personagem, sua jornada é muito bem explorada na hora de revelar todo esse preconceito do Japão com estrangeiros (Gaijin). Rachel Keller segura muito bem o outro lado de protagonismo da obra, com objetivos claros, e talvez a parte mais difícil dos oitos episódios seja acompanhar suas constantes dificuldades, misturando seu passado obscuro e futuro incerto. O protagonista mais fraco é Shô Kasamatsu, ele possui uma história interessante, seu total envolvimento com a Yakuza é intuitivo de acompanhar, mas sua fraca atuação pode desconectar o público nos momentos mais requisitados. Ken Watanabe faz o detetive que ajuda Jake em suas investigações para o jornal, o ator está excelente, traz muita força nos momentos certos, mas também uma leveza nos momentos familiares, seu personagem é um constante conflito com o ambiente de Tóquio.

    A série traz um ato nível de produção, padrão HBO, não necessariamente em questão de orçamento, mas os cuidados com a época mostrada, o realismo do ambiente em que os personagens estão inseridos, a violência bem pontual, e a imersão apresentada. Tecnicamente, Tokyo Vice traz o melhor do que o Japão oferece em uma bandeja de prata e eleva os elementos futuristas de um país que estava muito à frente de seu tempo nos anos 90. Embora, contrastando com a ferocidade subjacente aos atos sombrios e dos senhores do crime. A intrincada cinematografia (Diego Garcia, Daniel Satinoff, Josh Grillo e Katsumi Yanagijima) combina perfeitamente com o requintado design de produção (Kikuo Ohta e Jeff Mann), com uma vida urbana movimentada e induzida por neon retratada imaculadamente. Até a música de Danny Bensi e Saunder Jurriaans tem uma presença formidável, acrescentando profundidade tanto aos momentos altos quanto aos mais silenciosos.

    Em conclusão; Tokyo Vice é uma obra-prima estética, mas não chega a ser brilhante, devido ao roteiro aleatório, ele apresenta um potencial gigante para suas futuras temporadas. Mas, ainda é uma série que eu recomendaria para o conjunto que busca algo com mais personalidade, que definitivamente o atrairá, desde os constantes crimes investigados por Jake, até as encantadoras baladas de Neon em um Japão lindíssimo dos anos 90.

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    ANÁLISE GERAL
    Nota:
    critica-tokyo-vice Michael Mann é muito conhecido por trabalhar com a fuga da realidade, pessoas presas no meio que vivem, constantemente sonhando acordadas. O diretor trabalhou isso muito bem em filmes como “Colateral”, “Miami Vice” e “Fogo contra fogo”, ambientes opressores( tais como Los Angeles e...
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