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    Crítica | Um Match Surpresa

    Love Hard. (L to R) Nina Dobrev as Natalie Bauer and Darren Barnet as Tag in Love Hard. Cr. Bettina Strauss/Netflix © 2021
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    Novembro dá início à temporada de Natal, com direito a pinheiros, neve, luzes e muita decoração Natalina. E o que mais que não pode faltar? Os filmes repletos de clichês que aquecem nossos corações. E “Um Match Surpresa”, original Netflix, segue certinho a receita do bolo, ou seria de biscoito de gengibre? 

    LOVE HARD (L to R) NINA DOBREV as NATALIE BAUER and JIMMY O. YANG as JOSH LIN. Cr: BETTINA STRAUSS/Netflix © 2021

    Natalie Bauer (Nina Dobrev – DIários de um Vampiro) é uma jornalista de Los Angeles, na casa dos trinta que está cansada de suas tentativas frustradas de conseguir um namorado. Suas experiências desastrosas com encontros através de APPs de relacionamentos servem de histórias para a sua coluna. Até que finalmente conhece um perfil legal e se encanta por ele. Depois de muito conversarem, Natalie resolve fazer uma surpresa e vai visitá-lo em sua casa na Costa Leste. Chegando lá, quem se surpreendeu foi ela!

    Josh Lin (Jimmy O. Yang – Silicon Valley), não era quem aparentava ser. O rapaz usou a foto do amigo bonitão, Tag (Darren Barnet – Eu Nunca…). Natalie se sente enganada, mas acaba encontrando o verdadeiro Tag. Ela e Josh fazem um acordo, Natalie finge ser namorada de Josh para a família dele, enquanto ele ajuda a garota a conquistar o Tag. Já vimos isso tudo em algum lugar, não foi?

    Love Hard. (L to R) Darren Barnet as Tag and Jimmy O. Yang as Josh Lin in Love Hard. Cr. Bettina Strauss/Netflix © 2021

    Pois é. O fim do ano vem com uma enxurrada de filmes natalinos, que acabam ficando repetitivos. Mas por que os clichês existem? Porque nos identificamos e até gostamos deles. “Um Match Surpresa” usa e abusa da fórmula mágica NATAL + COMÉDIA ROMÂNTICA e consegue executar muito bem o que se propõem a ser. 

    O filme é cheio de cenas engraçadas de constrangimento público, aquelas situações de vergonha alheia que você se revira no sofá pensando “vai dar tudo errado”. E mesmo focando na comédia, o roteiro tenta dar espaço para a parte dramática das relações entre os personagens. É muito gostoso acompanhar a jornada de Josh saindo de seu casulo e ver a família o apoiando. Nina Dobrev que havia ficado esquecida depois de Diários de Um Vampiro, conseguiu personificar bem esse estilo de mulher que se preocupa com o trabalho, mas não quer abrir mão de viver o amor. 

    Love Hard. (Pictured) Matty Finochio as Lee in Love Hard. Cr. Bettina Strausse/Netflix © 2021

    Mas, entre triângulo amoroso, relações familiares, problemas com o trabalho e o amadurecimento do Josh, a história se atropela demais. Há tanta coisa acontecendo em apenas uma cena que ficamos perdidos em meio a tantas emoções. O que mais senti foi vergonha alheia, praticamente o tempo todo. Não pelo filme ser ruim, mas por saber que tudo aquilo daria errado em algum momento. Esse é um tipo de humor que faz bastante sucesso em comédias no estilo “Se Beber Não Case” ou o clássico “Entrando Numa Fria”, mas nesses filmes, há apenas um ponto de conflito que desenrola todas as confusões, ou seja a premissa é muito mais simples do que “Um Match Surpresa”. Acredito que se a trama fosse desenvolvida em uma minissérie, daria para trabalhar muito melhor cada ponto. 

    Love Hard. (L to R) James Saito as Bob Lin and Jimmy O. Yang as Josh Lin in Love Hard. Cr. Bettina Strauss/Netflix © 2021

    Apesar de todos os clichês, o filme entra em uma pauta que é extremamente relevante nos tempos atuais, sobre a importância que é dada à aparência. Como falei anteriormente, é gostoso acompanhar todo o desenvolvimento do Josh, não tem como não ter empatia pelo personagem ou se identificar com ele em algum momento. Ele se cobra tanto, que acredita não ser “suficiente” para a família ou para encontrar uma namorada. Ele se fecha em sua bolha de inseguranças e não permite que ninguém o conheça de verdade. Há alguns diálogos muito tocantes sobre isso. 

    “Um Match Surpresa” bebe nas fontes tradicionais dos filmes de Natal, fazendo várias referências a “Duro de Matar” e “Simplesmente Amor”. Reúne tudo o que gostamos do gênero e, apesar de se atropelar um pouco, consegue trazer momentos engraçados e emocionantes. Uma boa aquisição para a temporada verde e vermelha. 

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