Quem lembra de ter visto na Sessão da Tarde, Um Príncipe em Nova York ? Na comédia de 1988, Eddie Murphy (Meu Nome é Dolemite) interpreta o príncipe Akeem, herdeiro do trono de Zamunda, país fictício da África. No seu 21º aniversário ele pede ao seu pai, Rei Jaffe Joffer (James Earl Jones), e a sua mãe, quarenta dias nos Estados Unidos antes de se casar. Assim começa a aventura que divertiu gerações. O tempo passou é o clássico ganhou uma sequência, que estreia amanhã (05/03) no Amazon Prime. Um Príncipe em Nova York 2 é tão bom e divertido quanto o original.
Um Príncipe em Nova York, marcou gerações por mostrar ao mundo como a cultura negra (em especial a africana) é rica, isso muito antes do surgimento de Wakanda e do Pantera Negra. Além disso, o filme ainda fez críticas sociais contundentes com leveza. O novo filme repete os feitos do primeiro filme, mas dessa vez com um humor bem mais escrachado e com as críticas mais diretas e sem floreios ou disfarces. O conteúdo desse filme nunca foi tão atual. A nova história começa mostrando Akeem e Lisa no reino de Zamunda ao lado de suas três filhas, porém a lei de Zamunda determina que um homem deve sentar-se no trono, colocando Akeem em um dilema. Além disso, ele também deve enfrentar um general de um país vizinho que quer que a filha de Akeem se case com seu filho ou ele invadirá o seu país e para piorar tudo ele descobre que tem um filho nos EUA. Sentiu o cheiro de nostalgia? O longa faz diversas referências e homenagens ao longa anterior nos seus 108 minutos de duração. A cena da lanchonete na abertura é a prova do que você pode esperar e para quem curtiu o primeiro filme, tenho certeza que essas referências e citações vão agradar.
Bom, preciso ser sincero e informar que algumas situações do filme são difíceis de comprar. Mas se você embarcar garanto que irá se divertir no fim. Os primeiros 30 minutos não são os melhores do filme e carecem de ritmo e até de lógica. As cenas são picotadas em demasia e as coisas não fluem com naturalidade, mas após isso a trama encontra seu ritmo cômico e decola. O filme apresenta muitas piadas e temos para todos os gostos, desde das leves até as pesadas e de duplo sentido. O roteiro de Kenya Barris (Black-Ish) diverte e encanta com algumas boas sacadas. A direção de Craig Brewer (Black Snake Moan) é criativa e consegue mesclar o passado e novas ideias de modo eficaz. Por baixo de todas as bobagens e piadas o longa é uma bela homenagem ao original. A nova trama, mostra como o protagonista se perdeu com o tempo e que ele deixou de ser o homem idealista que já foi, ao perceber isso ele tenta se reencontrar. O longa ainda trata sobre o empoderamento feminino, mostrando que de fato o mundo evoluiu, e o lugar da mulher é onde ela quiser.
O elenco está maravilhoso, das novas adições os destaques são Wesley Snipes (Blade), que rouba a cena no papel do general psicótico e Leslie Jones (Caça-Fantasmas) no papel da mãe louca e sem bom senso. Mas o destaque é a dupla Arsenio Hall (Harlem Nights) e Murphy que mesmo após 33 anos continuam tendo uma química e timming cômico impecáveis. Os atores no longa interpretam diversos personagens e se divertem em cena. Os figurinos são incríveis e o colorido exalta a cultura africana. A maquiagem é outro elemento de destaque na trama. Os efeitos especiais, em especial os usados nos animais, deixam a desejar mas não atrapalham o filme.
Um Príncipe em Nova York 2 não é perfeito, mas agrada e diverte tanto quanto o original. Carregado de nostalgia esse filme deve conquistar o público. Mas só o tempo dirá se ele merecer ser colocado no hall dos clássicos. Prepare a pipoca e confira o filme o quanto antes.
Ps. O longa possui algumas surpresas nos créditos e uma cena pós crédito no fim.