qua, 1 maio 2024

Crítica | Velozes & Furiosos X

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Velozes e Furiosos é hoje, uma das maiores e mais extensas franquias do cinema, sendo por conseguinte, uma das franquias que mais mudou com o passar das grandes produções. É muito interessante observar essa transição ao longo desses 20 anos, seja na sua forma de contar história, ou no seu estilo de fazer cinema. Afinal, 20 anos atrás tudo girava em torno de um simples filme de “policia e ladrão”, ou como gosto de chamar: street movies — filmes que falam da vida urbana, dos rachas, das brigas de famílias, tráfico etc — focado exclusivamente em atrair um público fascinado por carros e muita velocidade. Para então, tornar-se uma franquia “clássica” do cinema vulgar, aquele cinema que defende a ação pela ação, que aproveita o cinema como arte da mentira e da enganação. O grande ponto de virada de toda essa série de filmes aconteceu no quarto filme, onde todo aquele foco suburbano expande-se, sendo o primeiro a dar mais ênfase a um roteiro mais “elaborado”, esquecendo um pouco o foco nos carros turbinados. Mas foi no quinto longa que a família Toretto ousou, chamando atenção pelas cenas de ação mais mentirosas e insanas da franquia, com direito a saltos de um trem em movimento e um cofre gigante sendo arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro.

Ao longo desses anos, a franquia se sentiu cada vez mais confortável na indústria das grandes ações, sobretudo, no estilo épico de ação. Sendo assim, F & F 10 traz às telonas o filme mais homérico e melodramático até então. A forma como o diretor conta sua história por meio da tela estabelece esse impacto visual pujante — mesmo as cenas de ação pirotécnicas e repletas de explosão ganham um aspecto muito mais melodramático e estilizado, com seus movimentos de câmera epopeicos e teatrais. Toda essa caricatura visual, na verdade, é um dos pontos mais altos da franquia, esse exagero cria um ritmo único e constrói cenas que só o cinema vulgar pode oferecer.

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Louis Leterrier trabalha muito com o melodrama na imagem, não apenas na ação mas em toda sua composição. Quase sempre em planos abertos, Louis valoriza suas cenas, seja de uma paisagem destruída ou de um abraço, ele enfatiza os sentimentos e sensações. Sua câmera passeia de uma forma estilizada pelo olhar dos personagens e pela ambientação do cenário que estabelece uma pulsação dramática bastante significativa para a narrativa. O décimo filme tem uma carga dramática muito forte, é aqui que o nosso herói é colocado em seu limite, onde seus maiores medos surgem e colocam em risco a coisa mais importante de sua vida, a família.

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Todo o ciclo narrativo casa muito bem nesse décimo filme, desde as referências dos filmes anteriores ao ressurgimento de personagens tão conhecidos, inclusive a maneira que o roteiro encontra de ligar as motivações do novo vilão com algo do passado é bem articulada. Jason Momoa chega à franquia com a responsabilidade de ser o antagonista com mais características de um vilão — pois boa parte dos antagonistas da franquia são anti-heróis — seu personagem, no entanto, é bem genérico, aquele vilão insano, super perigoso e bem caricato. A caracterização do Momoa é tão exagerada que destoa até mesmo do estilo do próprio filme, me desconectando com o personagem em muitas situações. F&F X acima de tudo, entrega o que se propõe a entregar, uma fase final para essa historia repleta de reviravoltas de encontros e desencontros, de segundas chances, ação e muito velocidade. Parte da jornada é o fim, e esse fim tende a ser épico.

Velozes & Furiosos X chega a prime vídeo e configura top 1 do Brasil. Não deixe de assistir.

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Caique Henry
Caique Henryhttp://estacaonerd.com
E aí, galera! Eu sou o Caique Henry, um amante da arte que adora dar uns pitacos sobre cinema. Loucamente apaixonado pelo cinema de gênero, posso ser considerado o crítico de cinema mais legal do país.
Velozes e Furiosos é hoje, uma das maiores e mais extensas franquias do cinema, sendo por conseguinte, uma das franquias que mais mudou com o passar das grandes produções. É muito interessante observar essa transição ao longo desses 20 anos, seja na sua forma...Crítica | Velozes & Furiosos X