O ano de 2019 está repleto despedidas. Primeiro tivemos Vingadores: Ultimato, depois veio a última temporada de Game Of Thrones. Agora chega a vez dos mutantes mais amados do cinema se despedirem, X-Men: Fênix Negra é o último capítulo dessa saga, que não é tão ruim quanto todos achavam, mas também não é um filme memorável.
A cena de abertura de Fênix Negra é tensa e ocorre num passado não tão distante, quando um acidente de carro tira a vida dos pais de Jean Grey. Quem a adota? Charles Xavier, que surge como mentor e família da pequena Grey. Porém anos depois, durante uma missão de resgate no espaço, Jean quase morre ao ser atingida por uma misteriosa força cósmica. Porém isso a torna mais poderosa, mas muito mais instável. Levando ela a se voltar contra sua família: os X-Men. Para completar alienígenas invadem e desejam usar essa força (que está em Jean Grey) para governar a galáxia. Loucura né?! Com um roteiro baseado na HQ Fênix Negra e uma invasão alienígena teríamos um filme fabuloso?! Certo? Não é bem isso o que acontece…
O roteiro escrito por Simon Kinberg (Quarteto fantástico), que também dirige o longa, faz algumas opções ousadas, afinal desde de X-Men: Apocalypse já se passaram 10 anos. Agora os X-Mens são heróis nacionais, amados pela pátria e com contato direto com o presidentes dos E.U.A que recorre a eles sempre que necessário. Charles Xavier, que foi eternizado por Patrick Stewart (Logan) e aqui foi interpretado novamente pelo competente James Mcavoy (Vidro), perde seu ar sereno e benevolente e ganha um ar de líder de culto quase se tornando um vilão pelas suas atitudes pra lá de mesquinhas e egoístas. O que pode incomodar um pouco os fãs mais fiéis. Outro problema deste filme (e da franquia no geral) e não conseguir estabelecer conexões com os filmes anteriores. “Cada filme é um filme e o que aconteceu antes não importa, nós ignoraremos!” Deve ser o slogan da Fox, o filme termina com muitas pontas soltas.
A narrativa do filme é rápida, seus quase 120 min passam voando. O filme usa o passado de Grey como motivação para as suas ações. Os efeitos especiais são bastantes superiores aos vistos no filme anterior. Porém nem tudo é perfeito, como a cena da batalha em Nova York que fica confusa pela sua edição (várias situações acontecem ao mesmo tempo), e uma cena perto do fim que é puro CGI. Porém temos cenas de tirar o fôlego: como a batalha no trem e o resgate dos astronautas que são muito bem feitas, além de outras.
Outro ponto que chama a atenção é a maquiagem que está melhor e diferente em alguns personagens, em especial a da Mística que agora possui um tom de azul mais claro que nas versões anteriores, o que pode ser visto como evolução por uns ou um erro de continuidade por outros. Em todo caso, tanto essa como a maquiagem do Fera e de outros personagens da trama estão muito bem produzidas e merecem destaque.
No quesito atuações temos de tudo. James McAvoy entrega um Charles Xavier, que se deixou levar pelo sucesso, “afinal o X dos X-Mens é de que?”, mas que se esforça em fazer o bem. Michael Fassbender (Shame) e Jennifer Lawrence tem pouco tempo em tela, mas cumpre bem o seus papéis e engrandecem o filme. Nicholas Hoult (Tolkien) e Sophie Turner (GOT), são os destaques do filme. Os dois atores conseguem demonstrar a dor pelas suas perdas e transmitir o que seus personagens tem de melhor e pior, afinal o slogan do filme é que todo herói possui um lado sombrio. Evan Peters é um easter-egg ambulante é faz curta participação. A vilã de Jessica Chastain é tão misteriosa que terminou o filme e ainda não sei quem ela é. É sua motivação é a mais clichê da galáxia: Destruir a terra e dominar o universo.
O diretor Simon Kinberg até cria alguns momentos empolgantes. Mas não soube como encerrar a saga e nem o filme, quando a sessão acaba fica aquela sensação de “ok, foi isso mesmo?”. Um filme pra ser ótimo precisa ter alma e coração e X-Men: Fênix Negra, infelizmente não apresenta isso. Um final agridoce para uma franquia tão amada!
Obs: O filme não possui cena pós crédito e nem cameo com Stan Lee. =(