Nós do Estação Nerd entrevistamos o autor Pedro Ivo, que está redefinindo a narrativa pop brasileira ao unir quadrinhos, literatura, games e audiovisual em histórias cheias de emoção, crítica e imaginação. O autor é conhecido por Cidadão Incomum (Conrad) — que está sendo adaptado pela O2 Filmes. Confira nosso bate-papo:
Estação Nerd: Sua obra transita por mídias muito diferentes. Como nasce a ideia que decide se tornar um quadrinho, um conto, um jogo ou um filme? O que determina o formato final?
“A ideia nasce da oportunidade. Por exemplo: mesmo jogando muito, entrei no mundo dos games meio que por acidente. O dono de uma desenvolvedora me perguntou se eu queria escrever um jogo do zero. Eu aceitei, estudei que nem doido e meti as caras. O Cidadão Incomum nasceu na literatura, mas se desenvolveu nos quadrinhos quando senti que meu traço tava maduro o bastante. Vai de caso a caso…“

Estação Nerd: Ao unir narrativas visuais e interativas, quais desafios você encontra para manter coerência estética e narrativa entre mídias tão distintas?
“Não me preocupo com a estética. Não acho que o jogo de terror precise se parecer com a HQ de aventura só porque se passa no mesmo universo. Respeito, aí sim, uma coerência interna na narrativa, mas só até o ponto onde uma obra não desdiga a outra. Um ponto interessante aqui é o seguinte: Literatura e quadrinhos são os campos em que eu de fato domino. Posso fazer e refazer tudo do jeito que bem entender. Mas, filmes, jogos e animações são construções coletivas. Minha zona de domínio é bem menor. E que bom que é assim.”
Estação Nerd: Quais as expectativas para o lançamento de Cidadão Incomum que terá produção de Fernando Meirelles e da O2 Filmes? Pode adiantar alguma novidade sobre o projeto?
“Fazer um filme no Brasil leva de 5 a 10 anos pra ser feito. Um do tamanho que a O2 quer fazer… nem arrisco chutar quanto tempo ainda temos pela frente. Tudo é muito bem pensado, nos mínimos detalhes. Eu e o diretor, Marcos Alqueres, estamos terminando de lapidar o roteiro. O que posso dizer como roteirista da bagaça é: se o filme for metade do que está no papel, o cinema brasileiro nunca viu nada igual.”


